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Chegados aqui pergunto: para que se fizeram eleger estes senhores?

Orgulho

Vinte e cinco anos depois da criação das Escolas Profissionais, o trabalho desenvolvido por estas é imenso! São centenas de milhares de alunos formados, com taxas de empregabilidade elevadas, com imensos alunos a prosseguir estudos para o Ensino Superior e com uma capacidade quase transcendente de ajudar a moldar consciências com um apego forte ao trabalho, à cidadania e ao humanismo.

Podem ser excessivos os adjetivos mas o sentimento de quem trabalha nos diversos projetos que se iniciaram por uma dinâmica criada pela sociedade civil e empresarial é este. Com dificuldades, como as que agora se sentem nas transições de Quadros Comunitários, é certo, mas numa perspetiva de dever cumprido mas com muito ainda por cumprir.

Desde 1989 que, por uma pressão social, pela falta de quadros intermédios qualificados e pela existência de um quadro de financiamento europeu que permitia um investimento com um reduzido ónus estatal, as escolas profissionais privadas têm porfiado e são hoje um bom exemplo do que se faz em Portugal, tendo sido fundamentais para o desenvolvimento do ensino profissional nas escolas secundárias públicas, desde 2005.

Basta notar as visitas das sucessivas comitivas de responsáveis pelo ensino dual na Alemanha que em reuniões de trabalho elogiam os projetos educativos que têm oportunidade de conhecer.

Infelizmente, por tristes vicissitudes da vida política (com “p” pequeno), o facto de o ensino profissional ter sido incluído no capítulo Novas Oportunidades prejudicou o seu desenvolvimento. Isto porque as Novas Oportunidades geraram infelizes aproveitamentos governativos e ainda mais infelizes declarações em campanhas eleitorais, o que fez com que um projeto também ele admirado na União Europeia se visse relegado para os casos menos bons que sempre existem na mixórdia da comunicação social e do espaço virtual da web em que os sempre muito invejosos e populistas pululam. O que nos leva ao…

Preconceito

Penso que já ninguém duvida de que há uma ideia preconcebida no nosso atual Ministério da Educação de que há duas vias de ensino: uma de 2ª água e outra de 1ª. Pouco importa os nomes que lhe dão.

Assume-se simplesmente que há uma via profissional, de nível básico para os pobres coitados sem grande jeito para a escola, seguindo pela via do secundário através das mais variadas ofertas (cursos profissionais, de aprendizagem, vocacionais, duais, e outros que tais) e acabando no ensino politécnico. E depois há uma outra, para as elites e os mais afortunados que seguem um ensino dito “regular” que termina no ensino universitário.

Argumenta-se que as empresas necessitam de quadros técnicos mas não se faz orientação vocacional e profissional adequada. Pior (e isto preconiza uma clara desonestidade intelectual), alega-se que o acesso ao ensino superior deve ser equitativo entre as duas vias de nível secundário mas, para além de se avaliarem formações que são inexistentes nos conteúdos dos cursos de via profissional, obriga-se os alunos a terem nota positiva nos três exames a que são sujeitos, quando no ensino dito “regular” podem ter negativa desde que a média entre os exames e as disciplinas respetivas seja positiva. Aceito a equidade, mas quando é séria! E neste caso não é e necessita ser desmascarada.

Chegados aqui pergunto: para que se fizeram eleger estes senhores?

Declaração de interesses: sou orgulhosamente administrador de entidades titulares de Escolas Profissionais, Vice-Presidente da ANESPO – Associação Nacional de Escolas Profissionais e membro da Direção da CNEF – Confederação Nacional de Educação e Formação. Tive excelentes professores em escolas públicas privadas que frequentei. Sem preconceitos.

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Administrador do ISG
Este artigo de opinião foi escrito em conformidade com o novo Acordo Ortográfico.

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