Ser empreendedor

O empreendedorismo tem sido cada vez mais foco de estudo aprofundado até nas universidades no âmbito de investigação científica.
De facto, ser empreendedor entrou definitivamente na “moda”. O empreendedorismo não se resume à criação de negócios ou start-ups, mas sim ao empreendedorismo nos trabalhos e ocupações já existentes, com o lançamento de novas soluções, novos produtos ou serviços. Ser empreendedor é ter iniciativa e, sobretudo, levar as ideias à ação.
O empreendedorismo tornou-se até uma disciplina universitária nos diversos planos curriculares, em especial nas áreas da gestão e da economia.
Nos últimos anos, caraterizados pela conjuntura de crise nacional e europeia, as taxas de natalidade e de mortalidade das empresas, bem como a taxa de sobrevivência a um e dois anos, refletiu esses efeitos, tendo melhorado desde 2015.
A sobrevivência a dois anos ultrapassou os 60% e a um ano os 72%. Também desde 2013, o número de empresas que nascem é superior ao número das que fecham. O ponto de inflexão da crise e a melhoria das qualificações e exigência dos promotores de projetos é cada vez maior.
Curioso também será de referir que a maior parte das iniciativas empresariais surgem sobre a forma individual e não em sociedade. Em 2014, das 178.331 empresas criadas, mais de 144.403 foram individuais. Em 2015, das 181.840 empresas nascidas, 146.638 fizeram-no de forma individual, representando mais de 80% das iniciativas.
De realçar que em termos de atividade económica, houve desde 2013 um crescimento exponencial de empresas no ramo da agricultura. Outros setores de destaque são o comércio, o alojamento, consultoria, atividades administrativas, saúde e o apoio social.
Em termos de taxa de sobrevivência, dstaco os setores que apresentaram taxas acima dos 80%: eletricidade, gás e água (89,8%); indústrias transformadoras (80%); transportes e armazenagem (80,7%); atividades imobiliárias (81,8%) e saúde humana; e apoio social (81,4%). Os setores com pior taxa de sobrevivência foram as atividades administrativas e serviços de apoio (64,6%), as indústrias extrativas (67%) e a educação (67,4%).
O empreendedorismo, muito mais do que a ideia ou o conceito e a sua implementação, exige conhecimento e domínio das ferramentas de gestão para assegurar a continuidade e a sustentabilidade dos projetos. Para além destas ferramentas, torna-se essencial a paixão, o gosto por desafios, a autonomia e a não dependência de hierarquias, o ser dono do negócio, fugir à rotina e à monotonia, bem como ter flexibilidade de horários e maiores vencimentos.
Neste contexto, as business schools na Europa dão cada vez mais importância à preparação dos alunos para a iniciativa e criação de negócios.
O ISG também assume o seu posicionamento neste sentido e todos os alunos no final da licenciatura criam um projeto empresarial, que passa pela definição do conceito, estudo de mercado e estudo de viabilidade económica através do modelo Canvas. Este surge da necessidade de estruturar os passos necessários para a criação de valor e que comporta a seguinte estrutura interligada:
Segmentos de clientes (“A quem?”)
Propostas de valor (“O quê?”)
Canais
Relações com clientes
Fontes de receita
Atividades-chave
Recursos-chave
Parcerias-chave
Estrutura de custos
Esta aplicação a conceitos de negócio concretos permite utilizar as várias ferramentas de gestão e demonstra que é necessária uma estruturação clara do projeto a desenvolver. Só assim podem ser minorados os riscos do projeto correr menos bem.
Publicado em Link to Leaders a 07/06/2017