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A necessidade aguça o engenho… (a covid-19 e a educação)

3 de Abril, 2020

Hoje, dia 3 de abril, recomendamos a leitura do novo Artigo do Diretor do ISG, Professor Doutor Miguel Varela, no Jornal de Negócios.

Boas leituras!

A Necessidade Aguça o Engenho… (a COVID-19 e a Educação)

Os professores do ensino superior representam hoje uma classe envelhecida e avessa a tecnologias, em que a substituição dos retroprojetores de acetatos pelo PowerPoint levou anos a concretizar, assim como as máquinas de escrever pelos computadores.

A saúde e a educação são as áreas sociais mais sensíveis no que toca à governação, não só em Portugal, mas em todo o mundo.

Portugal tem uma educação muito tradicional, conservadora e resistente à mudança no que concerne, em especial, a modelos pedagógicos. Portugal tem uma política de saúde igualmente conservadora, no que se refere a financiamento, acesso e sistema, refém de poderosos grupos de interesse e de pressão.

Nunca a saúde teve tanta influência na educação, ainda que indiretamente, por via da pandemia que assola o mundo.

No que toca ao ensino superior, público ou privado, o ensino à distância sempre foi alvo de polémica e discussão, em especial no que se refere a cursos conducentes a grau académico. Em Portugal, resume-se praticamente, por força da legislação, aos cursos da Universidade Aberta. Muitas outras universidades já tinham na sua oferta formativa cursos online, nos modelos de e-learning e de b-learning, mas sobretudo em pós-graduações ou formação de executivos, com destinatários muito específicos.

Os professores do ensino superior representam hoje uma classe envelhecida e avessa a tecnologias, em que a substituição dos retroprojetores de acetatos pelo PowerPoint levou anos a concretizar, assim como as máquinas de escrever pelos computadores. Mesmo os docentes mais novos, mais apensos à utilização de tecnologias, foram formatados num modelo de ensino, o qual têm tendência a replicar nas suas aulas para as novas gerações e, por isso, resistem a sair da sua “zona de conforto”.

Nem os alunos estavam preparados para um modelo tão disruptivo, mesmo os das novas gerações, que perdem a “humanização” e a “socialização” tão importantes para desenvolver competências pessoais. Sim, a universidade também é socialização e crescimento….”

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