Os rendimentos futuros das pessoas dependem do investimento na sua educação. Investigações mais recentes confirmam a existência de uma relação positiva entre a educação e os rendimentos individuais e acrescenta que, em média, num conjunto alargado de países, um ano adicional de educação corresponda a um acréscimo de rendimento individual entre 7,5% e 10% por ano.
A educação é, pois, um fator determinante para o designado capital humano e impulsionadora do desempenho individual. Os estudos económicos vão ainda mais longe ao defender que os benefícios da educação na sociedade, os chamados retornos sociais, superam o somatório dos retornos individuais: a educação pode acelerar o crescimento económico.
De facto, comparando países com taxas de crescimento diferentes, podemos constatar as variações nos níveis de educação que acompanham estas diferenças. Alguns modelos tentam ainda explicar a associação do nível médio de educação à produtividade de cada pessoa, defendendo que a presença de trabalhadores mais qualificados aumenta a produtividade de outros trabalhadores. Trata-se do designado efeito de externalidade, em que as decisões de uma pessoa sobre a sua educação têm impacto direto noutras.
As externalidades da educação não se resumem ao efeito positivo na produtividade. A educação pode ainda reduzir a probabilidade de realizar atividades que geram externalidades negativas. A educação está ainda associada a uma participação mais informada e ativa na vida cívica, à redução da criminalidade e, por norma, leva a tomar melhores decisões.
A possibilidade da educação ter um retorno social superior ao individual é de extrema relevância prática. Um dos argumentos para o financiamento da educação pelo Estado tem como origem o reconhecimento de que a educação recompensa a pessoa, mas cria também inúmeros benefícios partilhados pela sociedade e que beneficiam a sociedade. Nos últimos anos, surgiu ainda um vasto número de artigos científicos que procuram avaliar a magnitude destes retornos sociais, designadamente com o objetivo de medir a eficiência do investimento público na educação.
A educação pode ser assim um importante fator de convergência. Dada a associação positiva entre o nível de educação e o nível de rendimento, verifica-se que os países de nível de rendimento mais baixo são os que registam menores níveis de educação. Adicionalmente constata-se também que, na interação entre trabalhadores mais e menos qualificados, geram-se as grandes oportunidades de partilha de conhecimento e competências, o que acaba por representar um retorno social acrescentado.
De acordo com este argumento, a distribuição dispersa dos níveis de educação será proporcionadora de maiores externalidades.