A incapacidade da Gestão se “separar” da Economia enquanto ciência autónoma, em vez de um ramo do “imperialismo” dos paradigmas económicos, teima em manter a tónica da gestão de pessoas considerando-as como um recurso à disposição dos gestores, tal como os recursos materiais e financeiros. Essa visão minimalista do fator humano nas organizações tem sido combatida aos longo das últimas décadas, pelas diversas linhas de investigação que afirmam as pessoas como o centro do funcionamento das organizações e do seu maior ou menor sucesso.
Essa “afirmação” da visão ampla do papel das pessoas, considerando-as como muito mais do que um meio para executar tarefas, mas sobretudo considerando-as como a mais valia que detém conhecimento, que é capaz de criar e que, acima de tudo, assume compromissos com o grupo no sentido de interiorizar os objetivos da organização como seus, tem a pouco e pouco demonstrado a importância da necessidade de capacitar os gestores, não só para as competências de gestão de funções, mas acima de tudo para as competências de liderança, negociação, gestão de conflitos, inovação e criatividade, empreendedorismo e gestão das emoções.
As pessoas. Sem pessoas não há organização. E essas pessoas são muito mais que uma peça do xadrez que avança ou recua de acordo com as regras estabelecidas. As pessoas têm interiorizadas crenças, valores, motivações e expectativas que fazem parte da fórmula que cada gestor deve conhecer para extrair o melhor de cada colaborador. Independentemente da área técnica que esteja afeta a um gestor, ele será sempre e, acima de tudo, um gestor de pessoas.
É dessa evidência que a tradicional gestão das pessoas enquanto recurso evolui para o conceito de gestão estratégica de recursos humanos que coloca a prioridade na definição de uma vantagem competitiva que assente no seu mais valioso ativo: as pessoas. Dentro desse conceito está evidente que a gestão de pessoas ou de recursos humanos, se ainda assim lhe quisermos chamar, não é uma área de exclusiva responsabilidade dos gestores de um departamento ou de uma direção da organização, mas sim uma atividade transversal e disseminada por todos aqueles que, de alguma forma, têm a responsabilidade de gerir uma equipa.
Desde o planeamento dos recursos, passando pelo recrutamento e seleção, formação, avaliação do desempenho, gestão de carreiras, sistemas de recompensa, até à segurança e saúde no trabalho, o gestor de qualquer equipa tem um papel a desempenhar e para tudo isso também são necessárias competências adequadas. A formação de profissionais com essas competências e com potencial para desempenharem funções de coordenação destas atividades tem sido uma aposta de muitas universidades e uma oportunidade aproveitada, cada vez mais, pelas empresas que veem nesses profissionais qualificados uma mais valia indispensável para o sucesso que ambicionam. Essa é a aposta do presente e a garantia de sucesso do futuro. Os jovens que abraçam hoje esse desafio serão parte da formula do sucesso das organizações que no presente e no futuro encaram, realmente, as pessoas como a chave do sucesso.
Desde 1978 que o ISG vem formando licenciados no curso de Gestão de Recursos Humanos com as valências anteriormente descritas. Ou seja, preparando-os para assumirem responsabilidades num departamento dedicado à coordenação das atividades de RH ou para exerceram responsabilidades de gestão em outras áreas, mas com a sensibilidade de extrair o melhor dos seus colaboradores enquanto pessoas.
Artigo publicado a 24/07/2018 em Inforh