Os Artigos Científicos da Administradora do Grupo Ensinus, Dra. Teresa Damásio e o Membro do Conselho de Administração do Grupo Ensinus, Dr. Martilene dos Santos foram recentemente publicados na Revista Internacional em Língua Portuguesa, subordinada ao tema: “Ambiente e Economia Azul”.
O mais recente artigo científico da Professora Doutora Maria de Lurdes Neves, Coordenadora do Mestrado em Gestão do Potencial Humano do ISG, em conjunto com o Professor Doutor Joaquim Vicente, docente e investigador do ISG e a Ex-aluna do Mestrado em Estratégia de Investimento e Internacionalização, Margarida Vitorino já se encontra disponível para leitura.
A Coordenadora da Licenciatura em Gestão de Recursos Humanos do ISG, Professora Doutora Rosa Rodrigues, tem novo artigo partilhado no Journal of Cultural Heritage Management and Sustainable Development.
A palavra patriarcado deriva da palavra grega patriarkhēs cujo significado é “a regra do pai”. Esta palavra remete-nos para uma construção social em que se afigura uma masculinidade predominante nos vários contextos socioeconómicos.
Vários autores têm estudado e interpretado o patriarcado como um elemento estruturador da sociedade. A escritora americana e feminista, Kate Millet escreveu um dos livros mais conhecidos na área política como ativista assumida pelos direitos das mulheres sobre “A Política Sexual” (1977), em que nos fala sobre este conceito, na medida em que o poder dos homens sobre as mulheres se tem manifestado ao longo de séculos em vários contextos da vida humana.
Segundo a autora, o patriarcado é o responsável pelo comprometimento da posição das mulheres nos lugares que ocupam na sociedade, permitindo que exista uma divisão sexista e regendo-a por princípios que operacionalizam uma diferença estatutária entre homens e mulheres.
Também a teórica feminista Bell Hooks, na sua obra Ain’t I a woman?: Black woman and feminism (1981) fala-nos sobre a importância do capitalismo para a reestruturação dos conceitos subjacentes ao patriarcado, substituindo a conotação do “direito paterno”. Para a autora o patriarcado é “o poder que os homens usam para dominar as mulheres, este não sendo apenas um privilégio das classes altas e médias dos homens brancos, mas um privilégio de todos os homens na sociedade sem olhar a classe ou a raça” (HOOKS, 1981, p. 64).
É importante entender que o conceito de patriarcado não é o mesmo que dizer desigualdade de género. São conceitos distintos. A segunda é o resultado da primeira.
A jornalista britânica Angela Saini escreveu para a BBC sobre este tema referindo que a organização social um pouco por todo o mundo é bastante distinta. Por exemplo, a Turquia que é uma das cidades mais antigas do mundo teve uma povoação cujo género nada interessava na forma como as pessoas interagiam e se organizavam socialmente. No mundo atual, podemos ainda encontrar sociedades que seguem este exemplo, e segundo alguns estudos existem ainda 160 populações matrilineares (Creanza et al. 2019). Nestas populações as mulheres assumem o papel principal. No entanto, tal não significa que o homem seja discriminado, nada disso, o poder e a influência são partilhados entre homens e mulheres.
Mas a questão que se coloca é como o patriarcado pode influenciar negativamente as sociedades em que ele é dominante? Portugal, na minha opinião, embora tenhamos vindo a fazer um longo caminho de progressos assinaláveis nos últimos anos, é uma sociedade patrilinear. E isso sente-se, embora com menor impacto como resultado de avanços geracionais que vão sendo acompanhados por legislações e políticas públicas. Sente-se na forma de estar na vida, na forma como pensamos, na forma como agimos, naquilo que dizemos, tanto na vida privada como profissional.
O patriotismo não é apenas sentido negativamente pelas mulheres, mas também pelos homens. Dá origem aquilo que muitos chamam de “masculinidade tóxica”, como resultado desta herança cultural. O homem é submetido a um papel de poder tacitamente e deve aniquilar os seus sentimentos, emoções, deve ser um “homem viril” deve ser o “ganha-pão” da família. Quem nunca ouviu este termo? Esta conceção acarreta danos psicológicos para os homens devido a uma forte pressão social a que são submetidos. A aceção patriarcal muitas vezes pode ser confundida por um termo que já ouvimos há séculos, o denominado “cavalheirismo”, que não passa muitas vezes de uma forma educada de menorizar a mulher.
Nas organizações, também o poder do patriarcado se faz sentir. A ideia de que são os homens que tudo podem e que tudo resolvem, coloca em causa lugares de chefia ocupados por mulheres. Muitas vezes, quando é necessário decidir e agir sobre questões funcionais dentro das organizações, quando existem duas chefias que em termos funcionais ocupam a mesma hierarquia dentro da empresa, os colaboradores tendem a procurar o homem, pois ele é o decisor, ele é visto como uma figura de chefia.
Quando vos falo de uma liderança patriarcal não me estou a referir a uma liderança autoritária, muito pelo contrário. Neste caso, os colaboradores veem no homem um chefe que é sabedor, que tem a função de orientar os outros e de os guiar em direção ao caminho do sucesso. O patriarca é o clarividente de todas as soluções. Em contrapartida, a mulher líder é vista como menos competente na cadeia hierárquica.
As empresas de carácter familiar representam 75% do tecido empresarial português, onde imperam mais lideranças de estilo patriarcal. Neste caso, o chefe da empresa é simultaneamente chefe de família e julga-se ser detentor de uma sabedoria quase divina, tendo dificuldade de deixar o negócio. Habitualmente, os próximos chefes são os filhos, homens, que dão continuidade aos modelos de negócio deixados pelos pais. No entanto, existe quase sempre uma grande dificuldade em dar seguimento ao negócio familiar. O patriarca não consegue deixar totalmente o novo líder gerir a sua empresa e introduzir inovações. No caso de serem as filhas a darem continuidade aos negócios familiares antecedidos pelos pais, estes tendem a continuar a tomar decisões e a desvalorizar a opinião da nova líder. As mulheres passam a ser simples executadoras do patriarca, pois estes nunca se conseguem distanciar totalmente.
Alerto para a importância de mudar mentalidades e de todos nós, que estamos inseridos numa organização, seja de que índole for, enquanto colaboradores, olharmos para as nossas líderes como mulheres capazes e ecléticas. É importante valorizar o seu papel nas sociedades e acabar com esta “masculinidade tóxica” que ainda está de uma forma velada nas organizações e na vida, em geral.
Termino este meu artigo como uma mulher líder que detém as suas empresas na área da Educação e que está a dar continuidade a um negócio familiar que foi pensado e criado pela mão do meu pai, Manuel de Almeida Damásio. Como mulher assumidamente lutadora pelos direitos das mulheres tenho o livre-arbítrio de decidir e de gerir as minhas empresas de acordo com as minhas convicções e ideais, sem necessitar de validação masculina.
Perante esta já extensa reflexão, termino com uma frase de uma escritora, filósofa e ativista que me diz muito, Simone Beauvoir, para que possam pensar sobre a importância da afirmação das mulheres e de criarmos sociedades mais igualitárias e matriarcais: “Não se trata para a mulher de se afirmar como mulher, mas de tornarem-se seres humanos na sua integridade”. Sejamos íntegros e justos na sua plenitude em tudo aquilo que fazemos e onde estamos.
Nas última semanas foram noticiadas várias manifestações por parte de moradores e comerciantes de Sintra face ao elevado número de turistas que visitam a Vila, provocando o caos no trânsito. Alfama, em Lisboa, tem vindo a perder a sua identidade. Com a morte dos mais idosos, os habituais estendais de roupa dos moradores são cada vez mais reduzidos, sem que exista repovoamento.
É a gentrificação (valorização imobiliária de uma zona urbana que origina a deslocação dos seus residentes com pouco poder económico para outro local e a consequente substituição por residentes/atividades com maior poder económico) no seu expoente máximo, com os imóveis a serem redirecionados para a atividade turística e para os milhares de reformados europeus que ao abrigo do regime fiscal do Residente Não Habitual têm comprado apartamentos em Lisboa e no Porto, levando à crescente especulação imobiliária.
Sabemos que quem quer ir visitar o Palácio da Pena terá de ir a Sintra, tal como quem quer ir provar os Pastéis de Belém tem de se deslocar a Lisboa. Os turistas pretendem conhecer, especificamente, um determinado local pelos recursos patrimoniais, gastronómicos, religiosos ou históricos.
Porém, se ocorrer uma promoção internacional que projete os inúmeros recursos que o nosso país detém, em estreita articulação com os operadores turísticos, agências de viagens e regiões de turismo, desenhando pacotes que contemplem menos dias em Lisboa ou no Porto e outros destinos, como por exemplo Leiria, Batalha e Ourém, o turista passa a identificar um conjunto de outros atrativos de elevado interesse, permitindo dois ganhos: aliviar a pressão turística nas grandes cidades e dar a conhecer a riqueza e diversidade do País.
Pelo que se depreende, gestão é a palavra chave… A gestão da atividade turística é fundamental para o equilíbrio entre a economia turística e a qualidade de vida dos residentes. A gestão concretiza-se com diversas ações e em estreita articulação com os protagonistas de vários domínios.
Veja-se o que aconteceu com a “La Vuelta 2024” (Volta a Espanha): aquela que é uma das grandes provas internacionais de ciclismo, transmitida para todo o mundo. A segunda etapa, que ligou Cascais a Ourém, levou mais de 50 mil pessoas a juntarem-se nesta cidade e a adicionais ocupações hoteleiras em Fátima e em Leiria. A projeção mundial deste evento contribuirá para que nos próximos anos milhares de pessoas queiram conhecer esta região.
Este é um claro exemplo de como a gestão estratégica de um evento (que não começou em Lisboa) projetou estes territórios à escala mundial, com ganhos económicos e turísticos. Que não nos esqueçamos que Portugal não é só Lisboa…
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