Select Page
Liderança e o caso do gene “rs4950”!

Liderança e o caso do gene “rs4950”!

Um tema polémico na liderança é a sua relação com a genética. Os avanços nas neurociências, imagiologia e genética permitiram a uma equipa de cientistas do University College of London, liderada por Jan-Emmanuel De Neve, descobrir em 2012 um gene que está relacionado com a “propensão” por parte de alguns para procurar cargos de liderança.[1]

O gene designa-se “rs4950” e cerca de 25% dos traços comportamentais típicos da liderança podem ser explicados por ele. Trata-se de uma “propensão”, não de um determinante. Se alguém viver sozinho numa ilha, este gene não lhe servirá de nada!

Falta saber três coisas importantes:

1) Como ocorre a interação deste gene com fatores externos (contexto e ambiente) no qual uma pessoa se desenvolve?

2) Até que ponto a “propensão” para a liderança envolve a “tríade negra” no líder?[2]

3) Será que a “propensão” e a qualidade da liderança são equivalentes?

Sabe-se que a “habilidade” para liderar pode ser melhorada, depende do “contexto”, de seguidores e de problemas a resolver, mas agora não se pode ignorar a genética como uma variável (natural) que entra na equação. A questão levanta ainda outras, como seja, a possibilidade de no futuro se utilizarem estes dados na seleção de gestores e a questão de continuarmos sem saber se o gene torna alguém “mais propenso” simplesmente a “querer ser líder”, ou a ser “bom” líder, o que, faz toda a diferença.

E você, acha que possui o gene “RS4950”?

* Professor associado do ISG – Instituto Superior de Gestão, Investigador e Associate Partner da Hofstede Insights (Finlândia)

[1] Vd. Leadership Quarterly, 2012. No original (…) a specific DNA sequence associated with the tendency for individuals to occupy a leadership position (…).
[2] Refiro-me à combinação dos traços subclínicos: narcisismo, maquiavelismo e psicopatia Para saber mais ver o meu livro Finuras, P. (2018). Bioliderança. Lisboa: Ed. Sílabo

Professor Doutor Paulo Finuras, Professor Associado no ISG Business & Economics School – Lisboa

PALESTRA: Desafios da equidade de género na educação

PALESTRA: Desafios da equidade de género na educação

Convidamos Todas e Todos a estarem presentes, hoje, Dia 8, pelas 21h, na Palestra via Zoom promovida pelo Clubes Terra Justa – 2021 e no âmbito das celebrações do Dia Internacional da Mulher:

Desafios da equidade de género na educação

No painel iremos contar com a intervenção da Senhora Administradora do Grupo Ensinus, Prof.ª Dra. Teresa Damásio,

bem como da Prof.ª Doutora Liliana Reis, Professora da Universidade Lusófona, e do Senhor Vereador da Câmara Municipal de Fafe, Pompeu Martins.

Com moderação: Joaquim Franco e Paulo Mendes Pinto.

Apresentação do tema a cargo de Alunas da Lic. de Ciências da Educação – Educação Social, da Universidade Lusófona

Organização da Autarquia de Fafe e da Universidade Lusófona (área de Ciência das Religiões)

Save the Date!

Sem inscrição prévia, acesso livre

8 de março, 21h Link: https://videoconf-colibri.zoom.us/j/85743649014

A educação como gestão social

A educação como gestão social

O saber, a ponderação, a maturidade (entre outras) aperfeiçoam-se à medida que as rugas do rosto e do coração se vincam em cada um de nós. Não é por acaso que os cardeais da igreja católica ascendem a esta posição já com uma profícua idade, tal como os mestres das artes e dos ofícios.

O poder deve estar nas mãos dos sábios e dos esclarecidos, para que a construção do conceito humanista se concretize em estreita harmoniza com o meio ambiente. Registamos, ao longo da história, referências públicas de homens e mulheres que nos inspiram. Os grandes estadistas revelam-se, com maior acutilância, em momentos de crise onde o aprofundamento de compromissos assume redobrado esforço e responsabilidade.

Dos governantes, partidos políticos, órgãos de soberania, associações e instituições representativas dos estados aguardam-se respostas e convergências para os desafios presentes e futuros.

Sabemos que sempre foi e é mais fácil criticar do que construir soluções. Porém, no tempo que vivemos, não nos podemos prender a contestações e ficar retidos no impasse ou na inércia. A tentação da maledicência, a instigação à desobediência institucional e profissional, minam a confiança social. O antídoto para estes fenómenos sociais e políticos continua a centrar-se no papel e na função da educação, enquanto estrutura de formação individual e coletiva.

A educação, enquanto matéria que constitui a edificação interior de cada um de nós, assume-se como uma ferramenta de afirmação e defesa dos valores democráticos.

O mundo necessita de recolocar a educação no pódio das prioridades de atuação e investimento humano (por parte de todos os países), visando a construção de uma nova sociedade (global) que assuma, real e concretamente, a importância e a dignidade da pessoa.

A escola, o ensino e a educação são e serão, como Aristóteles e Platão escreveram há milhares de anos, a chave para uma sociedade em que a economia seja um elemento da gestão do Homem e não a gestão como um fator condicionador da existência humana.

Professor Doutor João Caldeira Heitor, Secretário Geral do ISG, Coordenador da Licenciatura em Gestão do Turismo, para a Link To Leaders

Simplex eleitoral e e-democracia: do e-voting ao m-voting

Simplex eleitoral e e-democracia: do e-voting ao m-voting

As eleições presidenciais do passado dia 24 de janeiro vieram confirmar a tendência dos valores crescentes da abstenção. Independentemente de se tratar de eleições presidenciais, legislativas, autárquicas ou europeias, a realidade dos números espelha o desinteresse e falta de identificação dos cidadãos com o sistema e processos políticos e com as suas instituições, em especial por parte dos mais jovens.

Até as sondagens sobrestimaram a participação eleitoral. Dos cerca de 10,8 milhões de recenseados, apenas votaram 4,2 milhões, confirmando que a abstenção tem vindo a aumentar desde 1975, em que a abstenção se ficou por apenas 8,3%. Atualmente, é habitual verificarem-se taxas de abstenção de 50% ou superiores nos diversos atos eleitorais dos últimos anos.

Portugal evoluiu muito no que toca à digitalização e simplificação de processos no Estado, no que toca à esfera pública e de relações de cidadania. Veja-se o Simplex e as mudanças na Autoridade Tributária, por exemplo, com o Portal das Finanças e com o e-fatura, ou com o Portal do Cidadão e agendamentos online, com a utilização do cartão de cidadão ou da chave móvel digital.

No campo eleitoral, a e-governação e a e-democracia parecem ter estagnado, mesmo após Portugal ter desenvolvido projetos neste sentido há quase 25 anos através do Secretariado Técnico dos Assuntos para o Processo Eleitoral (STAPE) nas eleições de 1997. Depois, outros projetos foram tentados, mas sem consequências práticas. Desde então, a tecnologia e a digitalização de documentos e processos muito evoluiu. Não falo no voto eletrónico presencial pois pouco valor acrescenta ao processo, poupando apenas em papel (boletins de voto) e em tempo de apuramento de resultados. Vou muito mais longe: porque não permitir o voto sem sair de casa ou em mobilidade (m) com recurso ao telemóvel através da internet (m-voting), com a utilização do cartão de cidadão ou chave móvel digital? As questões de segurança e de legislação parecem-me facilmente ultrapassáveis, ao contrário da aparente falta de vontade (ou iniciativa política) em reformar a Comissão Nacional de Eleições, que parece ter parado no século passado. Os custos de um processo eleitoral com meios logísticos, humanos e de tempo são enormes. É urgente reformular estes processos eleitorais, inclusivamente o facto de nalgumas eleições ser permitido o voto por correspondência e noutras não.

Há 20 anos que a Estónia desenvolveu experiências neste sentido e foi pioneira na votação via internet, tendo sido aplicada em 2007 nas eleições legislativas, constituindo a primeira experiência mundial. Apesar das críticas e de ameaças de vulnerabilidades, a segurança foi garantida e os resultados validados. A verdade é que a abstenção tem vindo a reduzir de eleição para eleição. Além da grande vantagem em termos de mobilização e de redução de custos com a logística eleitoral, o e-voting na Estónia refere-se apenas a votações a partir da internet (de casa, do telemóvel, etc.) e não a votações eletrónicas em locais fixos de votação.

Através de um sistema de autenticação semelhante ao utilizado no cartão de cidadão português, a votação pela Internet na Estónia está disponível durante um período de votação antecipada e os eleitores podem mudar o seu voto até ao dia da eleição. Mais de 30% dos eleitores na Estónia já recorrem a este processo. Outro argumento recorrente será a dificuldade das pessoas com mais idade ou dos que não têm acesso a tecnologias. Se em ambos os casos poderiam existir alternativas tradicionais de voto, a verdade é que também o IRS é entregue via Portal das Finanças (bem mais complicado que votar), as consultas nos centros de saúde são agendadas no portal e que a taxa de penetração dos telemóveis em Portugal é superior a 130%!

Portugal é um país inovador e criativo, inclusivamente no que toca a tecnologia. Mas falta-nos arrojo! Que belo exemplo poderíamos dar à digitalização, à participação cívica, com a criação do voto exclusivo via internet (m-voting).

Professor Doutor Miguel Varela, Diretor do Instituto Superior de Gestão para o Jornal de Negócios

×

Bem-vindo(a)!

Contacte-nos pelo WhatsApp

× 969844241