A situação pandémica despoletou novas formas de trabalho que potenciam o desenvolvimento de níveis deworkaholismcada vez mais elevados. As longas e consecutivas reuniões realizadas através das plataformas digitais (e.g., zoom, teams) sem tempo de transição são, efetivamente, necessárias quando a urgência é real. Porém, não se justificam para tratar de assuntos que poderiam ser resolvidos em cinco minutos através de uma chamada telefónica.
Fazer videochamadas apenas pela visibilidade não promove uma cultura saudável, não aumenta a produtividade da organização e muito menos melhora a eficiência e a satisfação geral por parte do colaborador. Contudo, assiste-se a um ritmo de vida que frequentemente conduz os trabalhadores a abdicarem do seu tempo de lazer em prol da vida profissional, passando a estar disponíveis 24 horas por dia, 7 dias por semana.
Este novo cenário despoleta uma preocupação incontrolável e constante com o trabalho, sendo a maior parte da energia e do esforço direcionado para o mesmo, o que leva as pessoas a negligenciarem a sua vida familiar e a saúde física e psicológica.
Oworkaholism começa a ser considerado o vício dos tempos modernos, devido às inúmeras semelhanças que tem com outros comportamentos de carácter aditivo e compulsivo. Como acontece com outras dependências, os workaholics exibem uma tendência para negar o problema e apresentam frequentemente desculpas que justifiquem o envolvimento excessivo com o trabalho porque não têm controlo sobre a sua conduta.
O workaholic apresenta relutância em desconectar-se do trabalho e vivencia emoções negativas quando não está a trabalhar, porque a sua principal fonte de felicidade reside nas tarefas profissionais que realiza. Para agravar a situação é incapaz de delegar tarefas, pois acredita que os outros não conseguem atingir os seus níveis de qualidade.
No entanto, quando se analisa a relação entre o workaholism e os resultados organizacionais, verifica-se que, apesar das longas horas de trabalho, os workaholics não apresentam um desempenho superior ao de outros colaboradores que trabalham menos horas. A energia canalizada não parece produzir efeitos positivos na performance do colaborador, e a tendência para trabalhar compulsivamente tende a colocar em causa a qualidade do próprio trabalho.
Os workaholics nem sempre são trabalhadores produtivos, pois representam um custo adicional para a organização devido à diminuição da sua saúde e bem-estar. Além disso, apresentam regularmente elevados níveis de stress e maior propensão para o desenvolvimento de patologias associadas à saúde mental que, a médio/longo prazo, afetam o seu desempenho, tanto em qualidade como em quantidade.
A excessiva dedicação ao trabalho e os sentimentos de culpa e ansiedade que assombram os workaholics quando não estão a trabalhar colocam em causa o equilíbrio entre a vida profissional e a vida privada, porque não existe uma distribuição uniforme do tempo e energia dedicada às várias esferas da sua vida.
Sendo os workaholics pessoas dinâmicas e enérgicas, não se sentem confortáveis com a inatividade, pelo que geralmente inventam tarefas para se manterem ocupadas. Todavia, é importante ter tempo para saborear os momentos de calma e quietude, que estimulem a reflexão e a serenidade, porque ficar quieto não significa ser ocioso.
“Sempre aptos para a mudança” é o título do novo artigo do Diretor do ISG, Professor Doutor Miguel Varela, no Jornal de Negócios e o mote que rege todo o nosso trabalho no ISG.
Foi hoje publicado, num suplemento do Jornal Económico, um depoimento do Diretor do ISG, Professor Doutor Miguel Varela, no âmbito do Fórum “Diversidade na Procura de Formação Graduada em Gestão”.
Um tema polémico na liderança é a sua relação com a genética. Os avanços nas neurociências, imagiologia e genética permitiram a uma equipa de cientistas do University College of London, liderada por Jan-Emmanuel De Neve, descobrir em 2012 um gene que está relacionado com a “propensão” por parte de alguns para procurar cargos de liderança.[1]
O gene designa-se “rs4950” e cerca de 25% dos traços comportamentais típicos da liderança podem ser explicados por ele. Trata-se de uma “propensão”, não de um determinante. Se alguém viver sozinho numa ilha, este gene não lhe servirá de nada!
Falta saber três coisas importantes:
1) Como ocorre a interação deste gene com fatores externos (contexto e ambiente) no qual uma pessoa se desenvolve?
2) Até que ponto a “propensão” para a liderança envolve a “tríade negra” no líder?[2]
3) Será que a “propensão” e a qualidade da liderança são equivalentes?
Sabe-se que a “habilidade” para liderar pode ser melhorada, depende do “contexto”, de seguidores e de problemas a resolver, mas agora não se pode ignorar a genética como uma variável (natural) que entra na equação. A questão levanta ainda outras, como seja, a possibilidade de no futuro se utilizarem estes dados na seleção de gestores e a questão de continuarmos sem saber se o gene torna alguém “mais propenso” simplesmente a “querer ser líder”, ou a ser “bom” líder, o que, faz toda a diferença.
E você, acha que possui o gene “RS4950”?
* Professor associado do ISG – Instituto Superior de Gestão, Investigador e Associate Partner da Hofstede Insights (Finlândia)
[1] Vd. Leadership Quarterly, 2012. No original (…) a specific DNA sequence associated with the tendency for individuals to occupy a leadership position (…). [2] Refiro-me à combinação dos traços subclínicos: narcisismo, maquiavelismo e psicopatia Para saber mais ver o meu livro Finuras, P. (2018). Bioliderança. Lisboa: Ed. Sílabo
Convidamos Todas e Todos a estarem presentes, hoje, Dia 8, pelas 21h, na Palestra via Zoom promovida pelo Clubes Terra Justa – 2021 e no âmbito das celebrações do Dia Internacional da Mulher:
Desafios da equidade de género na educação
No painel iremos contar com a intervenção da Senhora Administradora do Grupo Ensinus, Prof.ª Dra. Teresa Damásio,
bem como da Prof.ª Doutora Liliana Reis, Professora da Universidade Lusófona, e do Senhor Vereador da Câmara Municipal de Fafe, Pompeu Martins.
Com moderação: Joaquim Franco e Paulo Mendes Pinto.
Apresentação do tema a cargo de Alunas da Lic. de Ciências da Educação – Educação Social, da Universidade Lusófona
Organização da Autarquia de Fafe e da Universidade Lusófona (área de Ciência das Religiões)
No Dia Internacional da Mulher, a Senhora Administradora do Grupo Ensinus, Dra. Teresa Damásio, escreveu um artigo “As mulheres e a igualdade – As diferentes visões”.
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