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Poupança, um aspeto comportamental

Poupança, um aspeto comportamental

Numa perspetiva económica, são várias as teorias que procuram explicar o crescimento económico e que demonstram a importância da poupança e do investimento para o crescimento das economias. São exemplos, a corrente clássica, a corrente keynesiana, a corrente neoclássica e a teoria do crescimento endógeno. Contudo, não é consensual a relação e contributo da poupança e do investimento para o crescimento económico.

O Relatório da OCDE “OECD Capital Market Review Portugal 2020 – Mobilising Portuguese Capital Markets for Investment and Growth” publicado o ano passado, refere que desde 2000 que a poupança líquida agregada das famílias portuguesas é a mais baixa entre as economias europeias comparáveis.

No entanto, as taxas de poupança (parte do rendimento disponível não utilizada no consumo) durante a pandemia ultrapassaram a média histórica dos portugueses que ronda os 6 a 7% do rendimento disponível. À medida que a economia foi reabrindo a poupança tendencialmente regressa aos valores normais pré-pandemia.

Se por um lado, a poupança enquanto decisão económica considera um conjunto de variáveis como o crescimento económico, a oferta de trabalho, a política governamental ou as decisões de consumo, por outro lado, poupar não é tanto uma questão de disponibilidade de recursos, mas uma questão comportamental. De acordo com o clima económico sentido pelas famílias em termos de fases mais expansionistas ou contracionistas, assim as famílias adotarão comportamentos de maior ou menor poupança.

A situação atual de taxas de juro negativas pode sugerir uma menor propensão para a poupança. Se gastar hoje e gastar amanhã são opções com o mesmo custo, naturalmente as famílias adotam comportamentos de evasão da poupança sem qualquer respeito pelo futuro e pela imprevisibilidade associada.

O aumento da esperança média de vida pode condicionar a decisão de poupar, em virtude de existir a perceção que o fim da vida está longe e o dinheiro não chega para os anos que se vivem a mais.

A criação de estímulos à poupança, ausente dos Orçamentos do Estado continuam a ser uma realidade. São necessárias medidas de estímulos para incentivar as poupanças das famílias, por exemplo, a diminuição do imposto ou a isenção até determinados montantes de juros nos produtos de aforro e a criação de novos produtos de aforro do Estado de longo prazo mais adequados ao atual contexto das taxas de juros.

Tal como os investidores os aforradores são orientados por incentivos. E os incentivos, até agora, não foram suficientes, se tivessem sido, Portugal não apresentaria um histórico quase constante de baixa poupança desde o início dos anos 2000.

Em geral, as famílias regem-se por comportamentos orientados para o imediato sem vislumbre pelo futuro na esperança de existir sempre ajuda, com um preço a pagar – existem famílias que se encontram permanentemente numa situação de endividamento ou muito próxima dessa situação – para terem acesso hoje áquilo que ainda não podem ter.

As crises das famílias acontecem sempre que existe necessidade de reajustar o padrão de vida a um cenário de rendimentos mais reduzidos. É antes deste cenário, que as famílias devem adotar comportamentos de poupança, caso contrário iniciam um processo ilusório de combater a situação de falta de rendimento disponível com recurso ao crédito.

O investimento depende da poupança nacional, e é com a poupança que se financia a economia. Uma economia assente no consumo justifica que a poupança esteja arredada do discurso dos políticos e da politica nacional e europeia. Desta forma, incentivamos o endividamento das famílias, preferimos falar do deficit e de crescimento económico, como se a poupança fosse um contrapeso ao desenvolvimento económico e ao bem-estar das famílias.

Poupar encontra-se em desuso, vive-se o imediato, por isso, com todos os riscos e crises que desafiamos, preferimos partilhar das palavras de Samuel Butler “ Todo o progresso é baseado no desejo inato e universal de todo o ser vivo de subsistir acima das suas possibilidades”.

Professor Doutor António Rodrigues, Coordenador da Pós-Graduação em Gestão Financeira para o Link to Leaders

European Sectoral Social Partners in Education Promoting Quality of Academic Teaching and Management in Higher Education no ISG

European Sectoral Social Partners in Education Promoting Quality of Academic Teaching and Management in Higher Education no ISG

Esta tarde, o Instituto Superior de Gestão acolheu o primeiro de dois dias da Conferência Internacional “European Sectoral Social Partners in Education Promoting Quality of Academic Teaching and Management in Higher Education”, organizada pela EFEE – European Federation of Education Employers e pela CSEE – ETUCE.

Entre os distintos interlocutores nacionais e internacionais, o Senhor Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Professor Doutor Manuel Heitor marcou presença para apresentar o primeiro tema da sessão.
Também a Senhora Administradora do Grupo Ensinus, Dra. Teresa do Rosário Damásio esteve presente na nota de abertura, partilhando a visão estratégica do Grupo Ensinus.

ISG acolhe a European Sectoral Social Partners in Education Promoting Quality of Academic Teaching and Management in Higher Education

ISG acolhe a European Sectoral Social Partners in Education Promoting Quality of Academic Teaching and Management in Higher Education

O Instituto Superior de Gestão acolhe durante os dias 03 e 04 de novembro a “European Sectoral Social Partners in Education Promoting Quality of Academic Teaching and Management in Higher Education”.

Esta é uma conferência Internacional organizada pela EFEE – European Federation of Education Employers e pela CSEE – ETUCE.

O programa conta com distintos interlocutores nacionais e internacionais, da área do Ensino Superior, estando confirmada a presença do Senhor Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Professor Doutor Manuel Heitor.

A Senhora Administradora do Grupo Ensinus, Dra. Teresa do Rosário Damásio, estará presente na nota de abertura.

Desafio com Qualidade

Desafio com Qualidade

Fotografias de qualidade merecem um Desafio com Qualidade!

Tens gosto em fotografar e olhar para esta atividade como meio de expressão?

Então envia, no máximo, 2 fotografias criativas que ilustrem a temática da Qualidade para o endereço: qualidade@isg.pt até ao dia 10 de novembro, às 18h00 e habilita-te a um grande prémio!

No âmbito do Dia Mundial da Qualidade, para dinamizar a Pós-Graduação em Sistemas Integrados de Gestão do ISG, o prémio Imagens da Qualidade pretende sensibilizar os estudantes para a temática da Qualidade e promover a fotografia como meio de sensibilização para a Qualidade.

Consulta o regulamento.

A conquista da educação

A conquista da educação

Há uma questão pertinente que devemos colocar a nós próprios, enquanto membros duma comunidade, que queremos que seja colaborativa onde todos colaboram e têm o propósito de colaborar, que se prende com a relevância que queremos dar à educação enquanto motor propulsor do crescimento económico e do desenvolvimento sustentável.

Para que consigamos responder afirmativamente a esse desígnio é fundamental sabermos se a educação nos conquista ou se, ao invés, há por parte da sociedade a conquista da educação.

A contrario sensu se for a educação a conquistar-nos significa que não fomos capazes de perceber que não há sociedades prósperas e ricas sem educação e que não colocámos objetivos auspiciosos nem metas de aprendizagem e de aquisição de conhecimentos à altura de gerarmos níveis de bem-estar a par das nações mais abastadas no planeta Terra.

Ao invés se formos à conquista da educação o que está implícito é a ideia de que todos os membros da sociedade têm as políticas públicas no âmbito da educação no centro das respetivas prioridades.

Para haver a conquista da educação, é da maior relevância que haja uma comunidade colaborativa pois para haver êxito nestas políticas é óbvio que todos os seus membros têm que estar implicados na conquista do objetivo comum.

Muitos progressos têm sido alcançados, tanto ao nível do ensino secundário como do ensino superior. Basta pensarmos na revolução que foi a Declaração de Bolonha e o consequente Processo de Bolonha para o ensino superior europeu e o Projeto de Autonomia e Flexibilidade Curricular dos ensino básico e secundário para o ensino não superior.

Mas é preciso ir mais além e dar resposta aos desafios que surgiram no ensino com a pandemia, que veio introduzir novos meios de aprendizagem nas instituições de ensino e revolucionar os territórios educativos.

Estamos na segunda década do século XXI e é preciso reinventar o processo de aquisição e de transmissão do conhecimento de forma a que a transformação a que vimos assistindo não estagne fruto dos muitos problemas que surgiram com os dois anos letivos em que tivemos que responder precipitadamente a uma pandemia para a qual ninguém estava preparado. Apesar de, como referi anteriormente, termos sido capazes de ultrapassar o desafio e realizar novas conquistas houve, igualmente, muitos problemas que surgiram e que se prendem com o bem-estar e com a saúde mental dos estudantes independentemente do nível de ensino que frequentem.

Há por isso, a obrigação coletiva de continuarmos à conquista da educação de forma a que esta continue a servir os propósitos de progresso e de coesão social.

Dra. Teresa do Rosário Damásio, Administradora do Grupo Ensinus para a Link to Leaders