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Como aprendemos a lidar com o abuso de poder? Lições da evolução

Como aprendemos a lidar com o abuso de poder? Lições da evolução

As formas e mecanismos utilizados para lidar com o abuso do exercício do poder por parte dos líderes é um fenómeno importante no quadro da liderança mas que, curiosamente, tem sido pouco estudado. Falamos daquilo que os liderados podem fazer (e têm feito) para prevenir ou ultrapassar o abuso do poder pelos líderes.

Para manter e aumentar o poder os líderes são já conhecidos por redistribuir recursos de forma (mais) generosa (como acontece antes das eleições) ou por induzirem ameaças externas ao grupo para consolidar a sua coesão e a sua influência ou, ainda, simplesmente «comprando» apoio dos liderados através de práticas de corrupção, caciquismo e nepotismo.

Com o advento da linguagem e a sua diversificação surgiu ainda outra ferramenta poderosa para aumentar a capacidade de alcançar e manter o poder dos líderes a invenção das ideologias e tudo o que elas significam e permitem através do imprinting cultural e das práticas de doutrinação.

Sabemos que ao longo da história os líderes tanto criaram e usaram religiões para manter o poder como definiram regras de posição hereditária para beneficiar os seus parentes, numa indicação clara de nepotismo que de resto ainda hoje é praticado e consentido quando não mesmo desejado (nomeadamente através das monarquias, por exemplo).

Porém, a evolução humana também se fez acompanhar de, pelo menos, cinco dispositivos de defesa, nivelamento e anti exploração, que foram desenvolvidos pelos liderados para garantirem que fossem também beneficiados pela sua posição de seguidores, evitando assim serem apenas enganados e explorados.

O primeiro mecanismo consiste em limitar ou circunscrever o poder do líder seja no tempo (limitando os mandatos, por exemplo) seja a áreas onde estes provaram as suas capacidades diferenciadas em relação a outros membros do grupo;

O segundo foi a própria linguagem que permitiu aos liderados lançarem «rumores, falatório e mexericos», comentando e ridicularizando os líderes e desta forma mantendo-os sob o foco do escrutínio público.

O terceiro foi a rejeição ou o puro abandono dos líderes. Trata-se de uma arma poderosa para combater uma liderança ineficaz ou perversa porque, em termos evolutivos, o ostracismo teve sempre consequências graves na sobrevivência e reprodução. A ciência diz-nos que o cérebro regista a rejeição como equivalente à dor física.

O quarto mecanismo normalmente decorre do anterior; é a pura e simples recusa da liderança pela desobediência coletiva. É uma potente arma de retaliação face ao abuso do poder e normalmente leva a confrontos, mas a prazo leva inevitavelmente produz a queda do líder.

Finalmente, o quinto mecanismo para ultrapassar o abuso do poder é … o homicídio. Não fique surpreendido. Já nas sociedades ancestrais o indivíduo dominante corria o risco de ser morto e ainda hoje isso acontece o que faz com que alguns exercícios de presidência de alguns Estados sejam cargos arriscados e por isso exigem medidas ostensivas de proteção e segurança que vão das mais aparatosas às mais ridículas.

No fundo, estes mecanismos de nivelamento do poder foram e continuam ainda a ser estratégias adaptativas essenciais para a proteção dos liderados. As evidências históricas sugerem que tiranos e ditadores tenderão sempre a surgir quando os liderados forem incapazes de se protegerem contra esse tipo de pessoas e em particular da «tríade negra» isto é, da combinação dos traços de narcisismo, maquiavelismo e psicopatia, num indivíduo que lidera.

No fundo a evolução continua a ensinar-nos como fazer, e se estes mecanismos continuam ativos é porque os seres humanos sempre abominaram lideranças abusivas. Pode levar mais ou menos tempo, mas os mecanismos continuam a funcionar.

Professor Doutor Paulo Finuras, Docente no ISG, para o LINK TO LEADERS

ISG finaliza curso FORGEP na Universidade de Coimbra!

ISG finaliza curso FORGEP na Universidade de Coimbra!

O ISG finalizou, hoje, o curso FORGEP na Universidade de Coimbra!

Como provedor do FORGEP – Formação em Gestão Pública, o ISG, entregou, hoje, aos colaboradores da Universidade de Coimbra os respetivos Certificados.

Na foto encontra-se o Dr. Tiago Carvalho, Técnico Superior do Serviço de Gestão de Recursos Humanos da Universidade de Coimbra, com a Diretora da Formação Avançada do ISG, Dra. Clara Viegas.

Conferência “A Transversalidade da Ameça Ciber”

Conferência “A Transversalidade da Ameça Ciber”

Convidamos todas e todos a assistirem, via Zoom, à Conferência “A Transversalidade da Ameça Ciber”
Acontece no dia 29 Outubro, pelas 17 horas, e o ISG associa-se a este evento de como entidade organizadora.
O fecho da Sessão fica a cargo da Senhora Administradora do Grupo Ensinus, Dra. Teresa Rosário Damásio.

Credenciais Zoom:
https://us02web.zoom.us/j/89055828700?pwd=bG9oaXVWUEt1N01JUlEvU1RrTHdyQT09
ID da reunião: 890 5582 8700
Senha de acesso: 987963

ISG 360º !

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NEWS ISG!!

New Work | Podem descobrir as instalações do ISG | Instituto Superior de Gestão, Business & Economics School através de múltiplas formas de navegação, (incluindo Planta 3d), com depoimentos em vídeo e conhecer toda a informação sobre as Licenciaturas, Mestrados e Formação de Executivos.

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41.ª Reunião Geral do Grupo Ensinus

41.ª Reunião Geral do Grupo Ensinus

Hoje, dia 21 de Outubro, decorre a 41.ª Reunião Geral do Grupo Ensinus, com a presença da Administração e de todos os Dirigentes das Instituições de Ensino Superior e Não Superior, em Portugal, Moçambique e Guiné-Bissau.
Iniciámos o Ano Letivo 2020/2021, com a máxima organização, orientação e foco.
Continuaremos sempre a trabalhar em Prol de mais e melhor Educação!
Agradecemos a todas as Equipas, bem como às Comunidades Educativas e Académicas por mais um começar com rigor e resiliência!