
ISG na MAIS EDUCATIVA
Leia na integra na Revista MAIS EDUCATIVA, a entrevista do Professor Doutor Miguel Varela, Director do ISG.

Leia na integra na Revista MAIS EDUCATIVA, a entrevista do Professor Doutor Miguel Varela, Director do ISG.
A recente situação de pandemia do COVID-19 e a necessidade de respostas rápidas em termos de comunicação e operacionalização de sistemas, comprovou a robustez de diversas estruturas de gestão e administração.
Centenas de plataformas digitais de acesso a dados, milhares de aplicações e milhões de computadores e portáteis estão interligados através da rede digital, por entre milhares de km de cabos que cruzam bastidores vestidos de fios e luzes que piscam em cada byte que circula.
Na última semana, com milhões de pessoas a trabalharem a partir de casa, em ligação remota e com as instituições e empresas a comunicarem mais intensamente pelas plataformas digitais, a União Europeia teve de pedir à Netflix para transmitir em baixa definição. Estava em causa a intensidade do fluxo e o risco do crash…
A rede digital é uma ferramenta imprescindível para a dimensão funcional e orgânica dos sistemas de comunicação. Ainda que o ouro possa ter sido um investimento intemporal, os sistemas digitais e a sua propriedade, ao assumir a dimensão da base de funcionamento do mundo, tornou-se estratégico e precioso.
Nesse sentido e em caso de ocorrência de um desastre natural, pela imprevisível geodinâmica terrestre, a eventual inoperacionalidade da rede por cabo colocará em causa a maioria das estruturas digitais. Num cenário desta tipologia, a rede 5G será uma alternativa fiável para a gestão de operações e socorro?
A esmagadora maioria dos portugueses pertence à geração Y (millennials), pela utilização diária de inúmeras ferramentas digitais. Neste momento, através de um computador ou de um smartphone, resolve-se um crescente conjunto de operações com empresas e com o Estado. Para esta realidade muito contribuiu o programa Simplex, lançado em 2006, pelo desenvolvimento de medidas inovadoras na componente digital da administração pública, que conquistaram o país e os cidadãos, num contínuo aperfeiçoamento tecnológico e legislativo.
Se a simplificação de processos e a desburocratização de procedimentos nos permitiu ter mais tempo para outras coisas, hoje, limitados na nossa mobilidade, devemos refletir no que devemos fazer diferente. Pessoalmente considero que o nosso futuro coletivo está dependente de uma melhoria da gestão e da administração em rede. O Estado deve continuar a promover e a assegurar o papel de regulador e de estratega, sem condicionar a iniciativa empresarial e respeitando a liberdade individual, preconizando políticas públicas inovadoras, sustentáveis, de fomento da coesão social e territorial. Tendo como objetivo a satisfação das necessidades essenciais e a garantia do funcionamento do país (até nos cenários mais adversos), a estratégia deve passar pelo substancial incremento de parcerias entre o setor público e privado num plano de rede, sob monitorização permanente.
A segurança das pessoas e das organizações, a solidez da economia, a prosperidade e a inovação não podem estar condicionadas a ideologias, crenças ou a agendas corporativistas. Nos últimos dias comprovou-se a real importância de cada área e do que é fundamental para o futuro coletivo. Na área do ensino, por exemplo, são os professores e as plataformas digitais que estão a permitir continuar a assegurar a partilha de conhecimento, o desenvolvimento do raciocínio e da compreensão, para a conclusão de cada ciclo de estudo.
Pensem na Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior, para as suas diretrizes e protagonistas e vejam se o que esta instituição pública tem exigido às estruturas de ensino superior (a suprema relevância da investigação e publicação de artigos científicos), agora, nos serve de alguma coisa? Hoje, com os professores e os alunos em casa, qual é a mais valia de os docentes do ensino superior terem artigos científicos publicados em revistas SCOPUS?!? Espero que o desenho do novo estilo de vida consagre a reestruturação de instituições como esta, para o que é efetivamente importante e determinante.
Nos últimos dias há quem tenha voltado a valorizar a vida, a reforçar a dispensabilidade de doutrinas ignóbeis e até o supérfluo, que há duas semanas era indispensável. Somente num trabalho em rede, repito, conseguiremos recuperar os danos sociais e económicos que estão a ocorrer, num novo ciclo que congregue todos e cada um de nós.
Professor Doutor João Caldeira Heitor, secretário-geral do ISG para o Link to Leaders
As mudanças ocorridas nos últimos tempos incutiram um novo ritmo, novas exigências e novos desafios que se têm multiplicado, a cada dia, devido à subida exponencial de infetados com o coronavírus.
O sucesso no combate a este surto depende da nossa resiliência, isto é, da nossa capacidade para recuperarmos da situação de adversidade em que nos encontramos. A resiliência resulta, assim, do balanço que ocorre entre a tensão dos fatores de risco e a capacidade para os enfrentar, mantendo o equilíbrio e a responsabilidade.
As pessoas resilientes são mais criativas, adaptam-se mais facilmente à mudança e são mais perseverantes quando enfrentam situações adversas, pois aceitam a realidade como ela é, acreditam num conjunto de valores que dão significado à vida e têm grande capacidade de improvisar.
Perante a situação de pandemia em que o mundo se encontra, a resiliência é fundamental para transformar as adversidades em oportunidades de crescimento, desenvolvimento e adaptação à mudança, tanto ao nível individual como ao nível organizacional.
A resiliência não é entendida apenas como uma estratégia de coping para lidar com tempos difíceis, pois não se limita a uma capacidade que se expressa, apenas, em tempos de adversidade. Envolve também uma componente de proatividade que marca a diferença entre aqueles que conseguem recuperar depois das dificuldades e aqueles que são incapazes de reagir. Além disso, é um fator fundamental para que os indivíduos sejam perseverantes face aos problemas e consigam encontrar soluções inovadoras para os superar.
Outrora entendida como um raro traço de personalidade, a resiliência é afinal uma capacidade psicológica dinâmica e maleável que pode ser desenvolvida através de sete etapas:
Identificar os problemas e procurar soluções
Estabelecer limites de forma a não se deixar envolver pelas adversidades
Desenvolver relações satisfatórias com os outros
Ter prazer em realizar as atividades das várias esferas da vida
Ser criativo para pensar de forma diferente
Humor para diminuir a tensão e enfatizar o lado caricato das adversidades
Ética para guiar as suas ações
Quando a adversidade é encarada como uma oportunidade para superar os próprios limites, torna-nos mais fortes, porque os momentos maus são fundamentais para valorizarmos o que a vida tem de bom!
Professora Doutora Rosa Rodrigues, Docente do ISG, para a InfoRH
O título do presente artigo parte de duas leituras curiosas que tive oportunidade de fazer no Expresso de dia 14 de março. O jornal trazia, em duas partes distintas, uma menção à última palavra escrita por Camões nos Lusíadas, Inveja.
No caderno principal do Expresso, o jornalista Bernardo Mendonça, quando coloca uma questão sobre inveja no meio literário a João Tordo, afirma, “a inveja, que como sabemos é a última palavra de ‘Os Lusíadas’(…)”, obtém do escritor uma resposta que foge à menção de Camões[1]. Na revista do Expresso, como referi, curiosamente, vem o chefe de cozinha e empresário, Rui Paula, responder a uma questão sobre desconfiança com a já famosa menção à última palavra de ‘Os Lusíadas’[2]. Pois bem. Uma das coisas que isto de escrever ocasionalmente para um determinado público traz, é que passei a estar formatado a pensar e a dizer para mim mesmo: isto dava um artigo!
Fui pesquisar, pois lembrava-me de algo que já tinha lido há uns anos sobre a Inveja de ‘Os Lusíadas’ e lá encontrei, na magnífica internet, num outro magnífico órgão de comunicação social, o Diário de Notícias (que já não é diário, mas quererá voltar a ser), um artigo de Vasco de Graça Moura, de 2008, intitulado “A desnecessidade da inveja” em que afirma a sua completa discordância e em que a inveja surge como um sentimento normal. Enfim. Não é possível sequer pensar em escrever como Vasco de Graça Moura escrevia. É ler[3]. O título que dou a este livro decidi compô-lo com um termo criado pela ex-presidente da Assembleia da República, professora Assunção Esteves. Só porque gosto do que o mesmo representa.
E voltando à Inveja, este é o sentimento que, sendo considerado um dos sete pecados capitais (segundo Dante, cuja Divina Comédia foi também magnificamente traduzida por Vasco de Graça Moura, cada pecado corresponde a um círculo no Purgatório), pode ser visto como um fator de evolução, de inovação. Eu sinto a inveja não porque deseje mal ao outro, mas porque quero ser melhor que ele e se nessa luta, leal, eu me superar, supero o outro. É um processo que gosto de considerar o motor do desenvolvimento, da iniciativa do Homem, da vontade de criar e de nos eternizarmos como seres na memória das gentes futuras.
E porquê este tema? Pois, porque tudo se liga. Sou um defensor do empreendedorismo, seja ele em que condições se desenvolva e, neste sentido, posso-me considerar um Schumpteriano que defendia que o empreendedorismo tanto se pode efetivar na criação de um negócio ou de um novo modelo de produção, ou mesmo na descoberta de um recurso material que provoque uma disrupção, entre outros.
Pois aqui estamos, confinados aos nossos lares, em recolhimento e a querermos isolar-nos do bicho que destrói famílias. E sinto-me, hoje, empreendedor. Por estar a preparar aulas para ensinar alunos à distância. Por ver o esforço que os professores dos meus filhos estão a fazer para que eles não percam o comboio. Por ver o gosto dos meus filhos em perceber que há outras formas de fazer as coisas (nalguns casos que até lhes dão mais prazer). Perceber que estamos todos, e bem, a ser empreendedores.
E gostaria de finalizar, apesar de tudo, comme il faut, com um toque disruptivo e crítico. Quando vejo, para além dos professores, para além dos trabalhadores do comércio, da higiene urbana, das forças de segurança e tantos outros a cumprir, fora do seu lar, as suas responsabilidades, os trabalhadores dos serviços de saúde, sinto que falta tanto para que estes não tenham de estar subjugados a um trabalho sobre-humano. Gostaria que se percebesse que faz falta a possibilidade de mais se formarem em Portugal, em Medicina, em Enfermagem, em Auxiliares de Saúde, em Técnicos de Análises Clínicas, etc. e que à disponibilidade de um Estado em fazer um trabalho louvável, sobra a energia, que não é aproveitada, de um setor privado que quer e pode formar mais médicos e mais de outros profissionais, e que pode contribuir para a investigação e desenvolvimento, e que, por razões anódinas, que só posso considerar da esfera da Inveja (da má!) se veem limitados.
Assim, apelo a que façam um favor ao País e que as entidades tutelares do ensino superior deixem a Universidade Católica e outras instituições ver aprovados cursos nesta área e parem de não acreditar muitos dos que já existem. Basta ver o que em pouco tempo uma instituição como a Fundação Champalimaud conseguiu fazer. Temos competência, temos vontade, temos projeto, o investimento virá, pois queremos mais gente bem formada. Sejamos empreendedores.
[1] https://expresso.pt/podcasts/a-beleza-das-pequenas-coisas/2020-03-13-Joao-Tordo-E-um-bocadinho-ridiculo-pensar-que-levar-12-garrafas-de-gel-e-80-rolos-de-papel-higienico-para-casa-me-vai-libertar-da-doenca
[2] https://leitor.expresso.pt/semanario/semanario2472/html/revista-e/fisga/passeio-publico/rui-paula-os-cozinheiros-sao-um-bocadinho-invejosos
[3] https://www.dn.pt/arquivo/2008/a-desnecessidade-da-inveja-1127578.html.
Dr. Carlos Vieira, Professor no Instituto Superior de Gestão, para a LINK TO LEADERS
Sustentada no exercício do poder executivo, do poder legislativo e do poder judicial, a sociedade procura a autorregulação de braço dado com o desenvolvimento económico (público e privado).
Assentes nos princípios morais e éticos que ultrapassam a letra das palavras e se concretizam em atos espontâneos e sinceros, assistimos à elevação da virtude (individual e coletiva) e à construção de uma sociedade mais justa.
Respeitando a lei particular e a lei geral, importa assegurar as diferenças daqueles que parecem semelhantes. A diversidade de pensamento é uma das maiores riquezas dos princípios. Ela constitui-se como uma armadura que resiste aos preconceitos e que assegura a igualdade de oportunidades.
A dialética social tem enfrentado críticas e evidenciado falhas no exercício do poder político, legislativo e judicial. Ainda que a cadeia de ligações esteja em constante aperfeiçoamento, só quando atenta ao pormenor podemos conquistar o coletivo. Descurar pormenores e detalhes é fragilizar princípios, é castrar oportunidades, é recusar a diferença, é condenar estratégias e políticas.
Acreditando que não existem donos da democracia e sem discorrer filosoficamente sobre os seus fundamentos, a utópica atribuição de exercício dos direitos políticos a todos os Homens poderia constituir-se no desiderato global.
Nas redes sociais, nas conversas de café, a crítica e o apontar de dedo tem como destinatários aqueles que ousam participar na gestão da “coisa pública”. Quais juízes ou comentadores televisivos. Eles são especialistas e detentores de conhecimento e opinião nas mais diversas áreas… Porém, se lhes propusermos participarem na construção de uma alternativa ao “sistema instituído”, se os desafiarmos à reflexão, à auscultação, a recetividade é nula.
Todos nascemos a chorar. Crescemos com mais ou menos alegria, com mais ou menos recursos. Adquirimos conhecimento com mais ou menos oportunidades, com mais ou menos dedicação. Aprendemos a ouvir com mais ou menos paciência, com mais ou menos interesse em conhecer o outro. Somos o que somos. Mesmo vivendo numa época em que a informação está disponível para a esmagadora maioria da população, a maior ignorância não advém da dúvida. A maior ignorância resulta da incapacidade de cada um de nós querer “fazer diferente”.
Regenerar a cidadania é um imperativo para todos aqueles que estão disponíveis para olhar para as partes, compreender as causas e avaliar os resultados. Devolver ao Homem a confiança no seu valor, responsabilizá-lo pelos seus deveres (individuais e coletivos), mostrar-lhe a importância do conhecimento, a relevância do respeito e a pureza da felicidade.
Sei que este imperativo não é passível de ser aprovado numa qualquer start-up, de ser transformado numa qualquer aplicação para smartphone, de ser transposto para uma qualquer música que invada o Youtube ou de ser incluído num programa político. Mas acredito que ele esteja direta e indiretamente presente nas ações de muitas pessoas que querem e fazem a diferença neste mundo tão “umbilical”…
João Caldeira Heitor é licenciado em Português/Inglês pelo Instituto Jean Piaget, tem um doutoramento em Turismo pela Universidade de Lisboa, é mestre em Educação e Administração Escolar pela Universidade de Évora e pós-graduado em Gestão de Bibliotecas Escolares, pelo Instituto Superior de Línguas Aplicadas.
Paralelamente é investigador colaborador do Centro de Investigação, Desenvolvimento e Inovação em Turismo (CiTUR Leiria). Além das diversas publicações efetuadas também é orador em vários congressos nacionais e internacionais. Ao longo do seu percurso profissional desenvolveu atividades de docência em diversas instituições de ensino superior. Atualmente é o secretário-geral do Instituto Superior de Gestão (ISG).
Professor Doutor João Caldeira Heitor, secretário-geral do ISG para o Link to Leaders
A Senhora Administradora do Grupo Ensinus, Dra. Teresa Damásio, Direções Centrais e Diretores de todas as Instituições de Ensino estão de momento em Reunião Extraordinária, via vídeo conferência, no âmbito das Medidas Extraordinárias de Contenção e Mitigação do COVID-19, de acordo com o Conselho de Ministros de 12.03.2020.
Continuamos a desenvolver e a implementar ações concertadas, de forma a minorar o impacto para todas as nossas Escolas, Equipas, Alunos e Famílias.