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Gestão efetiva: produzir e trabalhar melhor

Gestão efetiva: produzir e trabalhar melhor

Os aumentos de produtividade terão uma relação muita mais direta com a organização dos métodos e processos de trabalho do que com a quantidade de horas de trabalho.

A produtividade é um “key performance indicator” (KPI) comum e amplamente utilizado para medir a eficiência, a eficácia e a efetividade das organizações ou até de países, em termos de desempenho. É um conceito económico e de gestão perfeitamente solidificado, desenvolvido pelo economista Quesnay em 1766, mas que atualmente tem aplicações diversas. Em termos práticos, mede a relação entre a produção e os fatores produtivos (pessoas, máquinas, terrenos, matérias-primas, capital, entre outros). A produtividade será maior quanto maior for a relação entre a produção e os fatores produtivos.

As leituras dos valores da produtividade e da sua evolução permitem diversas ilações económicas e de gestão, permitindo avaliar a capacidade de uma organização em produzir e o respetivo grau de aproveitamento/utilização dos recursos em que a rentabilidade será tanto melhor quanto maior a produtividade e vice-versa.

Na passada semana, a OCDE revelou no Compêndio de Indicadores de Produtividade, que o crescimento do emprego, derivado do recente crescimento económico em muitos países da OCDE, está a ser impulsionado pela criação de postos de trabalho em atividades de baixa produtividade, tendo como consequência a redução dos salários médios reais entre 2010 e 2016 (em diversos países europeus, nos quais se inclui Portugal), limitando o alcance de melhorias no bem-estar material e qualidade de vida além de potenciar as desigualdades na distribuição do rendimento e na riqueza. Ainda que moderadamente, apenas na Alemanha e nos EUA os salários reais têm subido a par com o pequeno aumento da produtividade que se tem vindo a registar.

Apesar de os últimos dados serem referentes a 2016, a informação permite constatar que o investimento tem aumentado, potenciando a produtividade, mas que na área das máquinas e equipamentos e de outros bens tangíveis, permanecia abaixo dos valores anteriores à crise, enquanto o investimento em produtos de propriedade intelectual e I&D tem vindo a aumentar a um ritmo superior ao do investimento em capital físico, apesar de ter efeitos apenas no médio e longo prazo.

Talvez por esta razão, o abrandamento do crescimento da produtividade tem afetado, em particular, praticamente todo o sector industrial.

Mas a conclusão mais importante da OCDE é que os aumentos de produtividade terão uma relação muita mais direta com a organização dos métodos e processos de trabalho (inovação, melhor organização e afetação de tarefas e funções) do que com a quantidade de horas de trabalho ou com a quantidade de fatores produtivos afetos. Como é referido pela OCDE, trata-se de “trabalhar melhor” e não de “trabalhar mais”. Assim se explica a produtividade elevada de vários países ou de várias empresas, com menos horas de trabalho, mas com muito melhor “gestão”.

Director do ISG – Business & Economics School

Artigo em conformidade com o novo Acordo Ortográfico

 

Artigo publicado a 4/07/2018 em Jornal de Negócios

Da capacidade ao potencial

Da capacidade ao potencial

Evoluir de uma gestão centrada nas funções para uma gestão baseada nas competências e no potencial dos colaboradores vai ser uma realidade no futuro próximo.

Ao longos dos tempos, as pessoas têm sido, na maior parte dos casos, recrutadas, remuneradas, formadas e avaliadas por aquilo que fazem ou pelo que deviam fazer. Ou seja, todas a atividades de gestão de pessoas têm-se centrado na função. No desenho da função, na preparação para a função, no enriquecimento das tarefas, nas condições de trabalho da função exercida, na remuneração e na avaliação do desempenho da mesma.

A evolução do entendimento que a principal vantagem competitiva das organizações está no conhecimento e, consequentemente no capital humano resultante de se reterem ativos que tenham cada vez mais qualificações e competências, tem feito crescer a tendência para que a gestão de pessoas evolua para uma visão que abrange não somente a função que cada um desempenha, mas também aquilo que cada pessoa pode vir a desempenhar no futuro, ou seja, o seu potencial.

Essa tendência tem feito um percurso mais acentuado nas últimas duas décadas, mas ainda não se afirmou como um novo paradigma. Ainda há um caminho muito longo a trilhar no que respeita à investigação, sobretudo pela dificuldade em encontrar métricas para a variável em questão, quer ainda pela sua insipida aplicação nas organizações, pois o paradigma tradicional do conceito de função está muito sedimentado nos processos e nos modelos organizativos.

Evoluir de uma gestão centrada nas funções para uma gestão baseada nas competências e no potencial dos colaboradores vai ser uma realidade no futuro próximo, pois é esse o caminho para se conseguir, num mercado de trabalho cada vez mais automatizado, extrair o melhor que há em cada um, permitindo a melhor aplicação dos seus talentos.

Apesar de a expressão «potencial humano» surgir em vários contextos de formação e emprego, inclusivamente em programas de incentivos apoiados por fundos comunitários, a verdade é que a sua aplicação prática na área do ensino e do emprego é ainda uma grande lacuna por preencher.

Foi nesse sentido que em 2009 foi criado no ISG o mestrado em «Gestão do Potencial Humano», com o objetivo de proporcionar aos seus participantes a capacidade de desenvolverem uma visão global e integrada da gestão do capital humano e dotando-os de um conjunto de ferramentas e técnicas fundamentais para a gestão e a avaliação eficaz das pessoas nas organizações.

Os objetivos deste mestrado são por si mesmo um passo na formação de pessoas que, por um lado, procuram encontrar o seu potencial; por outro, pode transformá-las em futuros gestores que levem para as organizações a evolução do paradigma da gestão por competências e, consequentemente, de desenvolvimento de talentos.

Os trabalhos de investigação já realizados pelos mestres que frequentaram este curso trouxeram contributos relevantes para os modelos de gestão e constituem uma mais valia para as organizações poderem gerir melhor o seu recurso mais precioso: as pessoas.

A continuidade na realização destes trabalhos, no âmbito deste mestrado, constituirá, com certeza, uma mais valia inestimável para os formandos, mas também os passos certos para o aumento da competitividade empresarial, baseada no recurso mais difícil, senão impossível de imitar, e por consequência os que conferem uma das vantagens competitivas mais sustentada a longo prazo: o conhecimento.

Nota: mais informações sobre o mestrado em «Gestão do Potencial Humano» do ISG – Business & Economics School aqui.

Artigo publicado a 03/07/2018 na Revista human

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