13 Julho, 2018
O empreendedor é tido como alguém que concebe ideias e que as produz! Percecionado pela sociedade como criador de riqueza e propulsor do emprego, durante muito tempo tornou-se vulgar considerar que empreender obrigava a uma postura agressiva e que o bom empreendedor era aquele que não revelava compaixão nem nutria sentimentos pelo outro.
No final da primeira década do século XXI a crise financeira atingiu o seu auge e, consequentemente, a forma como se estava na sociedade em geral e no mundo dos negócios em particular, sofreu um profundo revés.
O impacto que teve na alteração do ordenamento jurídico, na organização empresarial e nos costumes permitiu empreender de forma substancialmente diversa. A sociedade passou a olhar para o empreendedor como alguém que tem uma conduta irrepreensível do ponto de vista ético e deontológico. Radicalizamos a forma e o conteúdo e passámos a exigir que os valores tivessem ponderação máxima na formulação de toda e de qualquer ideia antes de se transformar num negócio.
Assim, empreender na bondade é hoje [1] o axioma que define o empreendedor. Quase que poderíamos pressupor que a célebre frase do presidente John Kennedy “My fellow Americans, ask not what your country can do for you, ask what you can do for your country” espelha aquilo que todos nós esperamos dos empreendedores.
É visto com naturalidade o sucesso do empreendedor e o seu carater disruptivo, bem como, a necessidade permanente de realizar capital.
No entanto, fazer o bem passou a ser o porta estandarte do empreendedor. Para a comunidade empreender é hoje visto, antes de mais, como uma atividade prestada por alguém que coloca os valores e os princípios antes de tudo o resto.
Empreender na bondade significa, igualmente, promover os Direitos Humanos e isso aporta uma responsabilidade acrescida ao empreendedor pois, se para a generalidade das pessoas, empreender sempre foi sinónimo de fazer, hoje, mais do que nunca, empreender pressupõe fazer o bem sem limites de tempo e de espaço.
A alteração de paradigma a que assistimos na perceção coletiva de empreender é uma das provas de que, por vezes, as crises trazem grandes benefícios à humanidade. Apesar de toda a destruição, do desemprego, das falências e do caos gerado pela crise financeira, creio que a mudança de comportamentos a que assistimos na última década leva-me a pensar que “the best is yet to come”!
[1] bon·da·de. (latim bonitas, -atis). substantivo feminino. 1. Disposição natural que nos leva a fazer bem e nunca mal. 2. Qualidade do que é bom.3. Boa índole. 4. Brandura, benevolência. “bondade”. In: Dicionário Priberam da Língua Portuguesa https://www.priberam.pt/dlpo/bondade
Artigo publicado a 13/07/2018 no Link to Leaders
11 Julho, 2018
De acordo com o site Infocursos, 5,4% dos recém-licenciados inscritos no Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) são provenientes de instituições de ensino privado, enquanto que o número de diplomados que vêm de instituições públicas é de 7,2%, ou seja, mais 1,8%.
Isto reflecte uma mudança no panorama nacional. Nestes dados oficiais, é ainda possível verificar que em algumas instituições privadas de ensino superior se constata 100% de taxa de empregabilidade dos seus diplomados.
Esta mudança da realidade sustenta-se em duas constatações: a forma de pensar da nova geração, com os jovens a apostar nos cursos e instituições que lhes garantem uma formação mais adequada à entrada naquele mercado; e, por outro lado, as próprias empresas reconhecem a qualidade dessa formação, pois o número de empregados com licenciatura sobe constantemente.
In Human Resources Portugal Online – 10-07-2018
10 Julho, 2018
Em representação do ISG – Instituto Superior de Gestão, a Professora Doutora Leonor Almeida participou no Congresso Excellence Innovation & Creativity in Basic- Higher Education & Psychology, de 3 a 6 de Julho, na Université Paris Descartes em Paris.
Os trabalhos apresentados resultam dos Projetos de Investigação, desenvolvidos pela Professora Doutora Leonor Almeida.
Saiba tudo
5 Julho, 2018
Os aumentos de produtividade terão uma relação muita mais direta com a organização dos métodos e processos de trabalho do que com a quantidade de horas de trabalho.
A produtividade é um “key performance indicator” (KPI) comum e amplamente utilizado para medir a eficiência, a eficácia e a efetividade das organizações ou até de países, em termos de desempenho. É um conceito económico e de gestão perfeitamente solidificado, desenvolvido pelo economista Quesnay em 1766, mas que atualmente tem aplicações diversas. Em termos práticos, mede a relação entre a produção e os fatores produtivos (pessoas, máquinas, terrenos, matérias-primas, capital, entre outros). A produtividade será maior quanto maior for a relação entre a produção e os fatores produtivos.
As leituras dos valores da produtividade e da sua evolução permitem diversas ilações económicas e de gestão, permitindo avaliar a capacidade de uma organização em produzir e o respetivo grau de aproveitamento/utilização dos recursos em que a rentabilidade será tanto melhor quanto maior a produtividade e vice-versa.
Na passada semana, a OCDE revelou no Compêndio de Indicadores de Produtividade, que o crescimento do emprego, derivado do recente crescimento económico em muitos países da OCDE, está a ser impulsionado pela criação de postos de trabalho em atividades de baixa produtividade, tendo como consequência a redução dos salários médios reais entre 2010 e 2016 (em diversos países europeus, nos quais se inclui Portugal), limitando o alcance de melhorias no bem-estar material e qualidade de vida além de potenciar as desigualdades na distribuição do rendimento e na riqueza. Ainda que moderadamente, apenas na Alemanha e nos EUA os salários reais têm subido a par com o pequeno aumento da produtividade que se tem vindo a registar.
Apesar de os últimos dados serem referentes a 2016, a informação permite constatar que o investimento tem aumentado, potenciando a produtividade, mas que na área das máquinas e equipamentos e de outros bens tangíveis, permanecia abaixo dos valores anteriores à crise, enquanto o investimento em produtos de propriedade intelectual e I&D tem vindo a aumentar a um ritmo superior ao do investimento em capital físico, apesar de ter efeitos apenas no médio e longo prazo.
Talvez por esta razão, o abrandamento do crescimento da produtividade tem afetado, em particular, praticamente todo o sector industrial.
Mas a conclusão mais importante da OCDE é que os aumentos de produtividade terão uma relação muita mais direta com a organização dos métodos e processos de trabalho (inovação, melhor organização e afetação de tarefas e funções) do que com a quantidade de horas de trabalho ou com a quantidade de fatores produtivos afetos. Como é referido pela OCDE, trata-se de “trabalhar melhor” e não de “trabalhar mais”. Assim se explica a produtividade elevada de vários países ou de várias empresas, com menos horas de trabalho, mas com muito melhor “gestão”.
Director do ISG – Business & Economics School
Artigo em conformidade com o novo Acordo Ortográfico
Artigo publicado a 4/07/2018 em Jornal de Negócios
4 Julho, 2018
Leia o mais recente Artigo do Professor Doutor Miguel Varela, Diretor do ISG, na Página 53 dos Cadernos de Economia, Edições da Ordem dos Economistas. Não deixe de consultar a Oferta Formativa ISG, Páginas 83 e faça a sua escolha.
O Futuro Começa Aqui!
3 Julho, 2018
Evoluir de uma gestão centrada nas funções para uma gestão baseada nas competências e no potencial dos colaboradores vai ser uma realidade no futuro próximo.
Ao longos dos tempos, as pessoas têm sido, na maior parte dos casos, recrutadas, remuneradas, formadas e avaliadas por aquilo que fazem ou pelo que deviam fazer. Ou seja, todas a atividades de gestão de pessoas têm-se centrado na função. No desenho da função, na preparação para a função, no enriquecimento das tarefas, nas condições de trabalho da função exercida, na remuneração e na avaliação do desempenho da mesma.
A evolução do entendimento que a principal vantagem competitiva das organizações está no conhecimento e, consequentemente no capital humano resultante de se reterem ativos que tenham cada vez mais qualificações e competências, tem feito crescer a tendência para que a gestão de pessoas evolua para uma visão que abrange não somente a função que cada um desempenha, mas também aquilo que cada pessoa pode vir a desempenhar no futuro, ou seja, o seu potencial.
Essa tendência tem feito um percurso mais acentuado nas últimas duas décadas, mas ainda não se afirmou como um novo paradigma. Ainda há um caminho muito longo a trilhar no que respeita à investigação, sobretudo pela dificuldade em encontrar métricas para a variável em questão, quer ainda pela sua insipida aplicação nas organizações, pois o paradigma tradicional do conceito de função está muito sedimentado nos processos e nos modelos organizativos.
Evoluir de uma gestão centrada nas funções para uma gestão baseada nas competências e no potencial dos colaboradores vai ser uma realidade no futuro próximo, pois é esse o caminho para se conseguir, num mercado de trabalho cada vez mais automatizado, extrair o melhor que há em cada um, permitindo a melhor aplicação dos seus talentos.
Apesar de a expressão «potencial humano» surgir em vários contextos de formação e emprego, inclusivamente em programas de incentivos apoiados por fundos comunitários, a verdade é que a sua aplicação prática na área do ensino e do emprego é ainda uma grande lacuna por preencher.
Foi nesse sentido que em 2009 foi criado no ISG o mestrado em «Gestão do Potencial Humano», com o objetivo de proporcionar aos seus participantes a capacidade de desenvolverem uma visão global e integrada da gestão do capital humano e dotando-os de um conjunto de ferramentas e técnicas fundamentais para a gestão e a avaliação eficaz das pessoas nas organizações.
Os objetivos deste mestrado são por si mesmo um passo na formação de pessoas que, por um lado, procuram encontrar o seu potencial; por outro, pode transformá-las em futuros gestores que levem para as organizações a evolução do paradigma da gestão por competências e, consequentemente, de desenvolvimento de talentos.
Os trabalhos de investigação já realizados pelos mestres que frequentaram este curso trouxeram contributos relevantes para os modelos de gestão e constituem uma mais valia para as organizações poderem gerir melhor o seu recurso mais precioso: as pessoas.
A continuidade na realização destes trabalhos, no âmbito deste mestrado, constituirá, com certeza, uma mais valia inestimável para os formandos, mas também os passos certos para o aumento da competitividade empresarial, baseada no recurso mais difícil, senão impossível de imitar, e por consequência os que conferem uma das vantagens competitivas mais sustentada a longo prazo: o conhecimento.
Nota: mais informações sobre o mestrado em «Gestão do Potencial Humano» do ISG – Business & Economics School aqui.
Artigo publicado a 03/07/2018 na Revista human