
EasyJet Traveller Magazine
Partilhamos o Artigo da Senhora Administradora do Grupo ENSINUS, Dra. Teresa do Rosário Damásio, na EasyJet Traveller – Edição de Março de 2018.
O ISG continua a Voar mais Alto!
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Decorre no próximo dia 22 de março, pelas 11 horas, a 2ª Conferência organizada pelo Ciclo de Conferências do GACE, subordinada ao tema “A Rede de Apoio ao Endividamento”.
Nesta sessão teremos como Moderadora a Professora Doutora Elionora Cardoso e Orador o Representante da Direção Geral do Consumidor.
Quais as principais características diferenciadoras do empreendedor? Nascemos empreendedores ou tornamo-nos empreendedores?
Na literatura da especialidade quando exploramos sobre as características do empreendedor, as classificações são múltiplas e diversas, sem que haja necessariamente consenso, há seguramente alguns aspectos em comum. Também relativamente à questão das características inatas versus aprendidas do empreendedor as opiniões divergem , sobretudo, no peso a atribuir aos factores internos e aos factores ambientais.
Ao reflectir sobre as características do empreendedor, nomeadamente características relativas à dimensão personalidade, inspirei-me no caso de Eunice (1): “uma mulher de negócios, uma empreendedora, uma mulher de acção que dá lugar a cada oportunidade para concretizar algo… O sentido de oportunidade estava-lhe no sangue, e se hoje é uma das grandes mulheres de negócios do Pico, não, não é acaso do destino,…. Bastava surgir uma ideia que ela estava imediatamente pronta para a colocar em prática e testar a sua viabilidade. Francamente já nem me lembro de onde as ideias vinham, mas o que sei é que rapidamente estávamos a montar uma nova linha de negócio e se não funcionasse, haveríamos de experimentar outra, pois as possibilidades para ela eram infinitas” nas palavras de quem a conhece bem .
Reconhecida empreendedora, e cujas características parecem estar presentes desde as mais tenras brincadeiras da sua infância. As ideias borbulhavam anunciando uma adolescência não conforme aos padrões pré estabelecidos, e portanto, apreciada por uns , muito desconfortável, incomodativa para outros, mas deixando antever também uma idade adulta rica e realizada.
Como características do empreendedor destaco a criatividade, a autoconfiança, a abertura a novas experiências, a tolerância ao risco e o optimismo, para citar apenas algumas das que considero mais importantes. Permitam-me, contudo, falar de forma mais particular no optimismo. Do ponto de vista da Psicologia, o optimismo pode ser definido como uma característica cognitiva e emocional que estimula expectativas de resultado (Peterson, 2000). Com uma componente não apenas cognitiva mas também emocional, o optimismo leva à acção. De acordo com Seligman (1998), o optimismo exerce uma influência positiva sobre a saúde física e psicológica das pessoas. Tem influência na persistência e na realização, sendo, portanto, um forte promotor do sucesso.
As pessoas mais optimistas têm mais facilidade em se auto-motivar e, portanto, não desmotivam face aos obstáculos. Mesmo quando as circunstâncias são pouco favoráveis, os optimistas continuam as suas realizações esforçando-se cada vez mais em vez de desistir.
O optimismo é seguramente uma das características mais marcantes de Eunice e como vimos fundamental para o empreendedorismo. Contextualizando um pouco melhor o cenário da Ilha do Pico, onde a beleza absolutamente fascinante por vezes esconde as dificuldades e a falta de recursos com que têm que lidar os que querem desenvolver e implementar algo. Pesa ainda o facto de ser mulher num território tradicionalmente masculino. Mas o optimismo, com a coragem daí decorrente, não conhecem limites!
Pois se o segredo é o optimismo, uma outra questão se levanta: nascemos optimistas ou aprendemos a ser optimistas? Será que este optimismo é contagiante ou apenas irritante?
* Leonor Almeida, coordenadora do Mestrado em Gestão do Potencial Humano do ISG.
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Nota (1): Um grande agradecimento a Eunice Tavares de Melo empresária na Ilha do Pico e um grande exemplo de empreendedorismo e, claro, de optimismo!
Referências:
Seligman, M.E.P.(1998). Learned optimism. New York: Pocket Books.
Peterson, C.(2000). The future of optimism. AmericanPsychologist, 55, 44-55.
Artigo publicado a 7/03/2018 no Link to Leaders
Decorre no próximo dia 22 de março, no auditório do Instituto Superior de Gestão, a apresentação do novo livro do Professor Paulo Finuras. “Bioliderança Porque seguimos quem seguimos?” é o titulo da mais recente obra do Professor.
O evento acontece às 18h30, no auditório do 3º piso.
O recente relatório da OCDE sobre o ensino superior conclui o que há muito já se sabia. Em Portugal, as universidades portuguesas têm professores envelhecidos, doutorados a menos e docentes em situação laboral precária.
Destaca ainda a instabilidade do financiamento das mesmas, desajustado dos seus objetivos. Dir-se-ia até que em Portugal, infelizmente, a realidade do ensino superior faz lembrar cada vez mais a do ensino secundário.
Uma nota de realce do relatório é a falta de mobilidade de docentes entre universidades. Os professores de carreira acabam por se licenciar, mestrar e doutorar na universidade onde estudam e onde ficam depois a lecionar, não permitindo a inovação e a adoção de culturas diferentes entre as diversas instituições. A experiência docente em várias universidades deverá claramente ser um valor acrescentado a ter em conta, na valorização curricular de um professor, que em Portugal é ignorada pelos avaliadores, na generalidade dos casos “formatados” numa só universidade, o que claro, limita a sua visão além do que conhece.
O relatório defende ainda a atribuição de doutoramentos nos politécnicos e sublinha ainda que os cursos, em geral, têm estruturas rígidas e são orientados para profissões específicas, sem promover ou desenvolver “competências de que os alunos necessitam numa economia moderna”.
Infelizmente em Portugal, por pressão internacional absolutamente questionável, as entidades reguladoras e a tutela continuam a olhar para o ensino superior em função dos interesses dos professores e não em função dos alunos.
A A3ES em dez anos de existência foi incapaz de diferenciar/regular a oferta formativa dos politécnico e das universidades. Apesar de existirem cursos superiores de oferta exclusiva em universidades, a verdade é que também existem cursos iguais nos dois sistemas, sem efetiva distinção para os alunos e para os empregadores.
Depois, mais grave, existe a grande obsessão das publicações, uma vez que a carreira de investigador foi rapidamente confundida com a de professor universitário.
As universidades parecem estar doentiamente obcecadas em publicar para produzir “ciência em paletes” (a maior parte redundante e desinteressante, mas que alimenta este “negócio”, pago na generalidade dos casos), para que possam aparecer em “rankings” e para que os professores possam rapidamente progredir nas suas carreiras e preencher as suas plataformas com mais e mais publicações.
Mas entretanto, o seu foco essencial – transmitir conhecimento, ensinar a questionar, formar bons cidadãos – parece absolutamente irrelevante. A pedagogia, a relação humana, nada relevam.
Para os seguidores desta política, parece que a mera existência de alunos numa universidade é uma grande “maçada”. Imagine-se: ter de se ensinar numa universidade. Onde já se viu? Os alunos parece que só incomodam neste ideal doente e deturpado de “universidade” e transtornam o regime de clausura e de “umbigo” que é produzir investigação para publicar, publicar, publicar.
As avaliações da tutela e da A3ES apontam para contratação e valorização de investigadores pois só as publicações valorizam o currículo, como se a universidade se resumisse a um centro de investigação. A A3ES desvaloriza a existência de professores nas universidades. Parece que o ideal seria a universidade não ter professores nem alunos. Só investigadores.
Já escrevi diversas vezes sobre este assunto e tenho constatado que a generalidade dos investigadores (carreira que sempre existiu paralelamente à de docente universitário) não são professores.
Independentemente de terem de investigar e obter os seus graus académicos, também os professores não devem ser obrigados a ser investigadores. Trata-se de uma carreira dupla? Já não falo das funções inerentes à docência universitária como participar na gestão da escola, mas porque se trata de uma questão de apetência e de competências próprias de ser um bom comunicador e motivador dos estudantes.
A universidade é academia, socialização e crescimento humano e não deve ser feita de pseudo-intelectualidades de investigação em cativeiro.
Diretor do ISG – Business & Economics School
Artigo em conformidade com o novo Acordo Ortográfico