30 Janeiro, 2018
Organização Interna dos Serviços, da autoria de Mário Bernardino, administrador hospitalar, especialista em gestão de serviços de saúde e docente da Pós-Graduação em Gestão Hospitalar do ISG, venceu a 3.ª edição do Prémio António Arnaut.
A obra, apresentada como um “manual de utilizador”, propõe-se prosseguir dois objetivos primordiais: colocar o doente no centro do sistema e adotar uma estrutura organizacional que assegure adequados padrões de eficiência e de qualidade. Parabéns Prof. Mário Bernardino.
29 Janeiro, 2018
O ISG está envolvido num Projeto de Reforma da Pedagogia no Ensino Superior e será pioneiro, no quadro nacional, em novas formas de transmissão de conhecimentos.
Este é um Projeto que implicará a implementação de novas pedagogias universitárias já em 2018!
Os Professores do ISG estão envolvidos neste Projeto e terão uma primeira Ação de Formação de dois dias com a equipa do Pedagogo, Prof. Xavier Aragay, nos próximos dias 31 de janeiro e 1 de fevereiro.
29 Janeiro, 2018
Os famosos T.P.C. – trabalhos para casa – têm ocupado desde sempre as mochilas dos nossos filhos e os portfólios dos nossos professores.
A partir do 25 de abril de 74 que o Sistema Educativo tem tido diferentes reformas, desde a avaliação de conhecimentos, com o consequente surgimento e posterior desaparecimento de exames, provas globais, provas nacionais, provas de aferição, testes intermédios à cadência dos mandatos dos sucessivos governos, à eterna discussão em torno dos Manuais Escolares, passando pelo grande debate em torno da introdução do Ensino Pré Escolar na Escolaridade Obrigatória e do respetivo alargamento até ao 12ºano. Transversalmente assistimos, sempre na qualidade de espetadores passivos, ao aceso debate à volta da avaliação dos professores e da progressão na carreira docente.
Enquanto aconteciam todas estas discussões, reformas e reorganizações, os nossos filhos continuavam a chegar a casa todos os dias carregados de trabalhos de casa.
Ao longo destas quase quatro décadas e meia já muito se discutiu acerca da bondade dos professores mandarem trabalhos para casa todos os dias.
Creio que atualmente é unânime o sentimento de que há muitas formas de consolidar as aprendizagens, essenciais ou não, sem ser através dos T.P.C.
A metodologia do trabalho por projeto permite que a criatividade do aluno seja o ponto de partida para a aquisição dos saberes, bem como permitir ao estudante a utilização do seu tempo de lazer e de repouso, ou se quisermos de dolce far niente, para aprender a gostar de ler e de assim poder ampliar o seu vocabulário, melhorar a escrita e potenciar a criação artística nas suas múltiplas vertentes.
Se centrarmos a vida da escola no aluno e em melhorar o seu potencial, encontrando as ferramentas para o empoderar, estaremos com isso a contribuir para melhorar a sua auto estima, assim como os resultados escolares.
Conseguiremos ter estudantes felizes e motivados para irem para a escola!
Se flexibilizarmos o currículo e dermos mais autonomia aos professores e aos órgãos diretivos estaremos a desafiar todos os membros da comunidade educativa a definirem entre si o caminho que melhor serve o respetivo grupo! Sem dúvida que se alterarmos as metodologias em que assenta o ensino em Portugal estaremos a contribuir para termos alunos mais felizes.
Se o dolce far niente é uma causa ou uma consequência só fazendo a experiência é que saberemos!
Sem introduzir a mudança nunca avançaremos e para fazer mais e melhor é sempre preciso alterar alguma coisa! Que tal começar por reduzir os T.P.C.?
in LuxWOMAN a 29 de janeiro 2018
29 Janeiro, 2018
Diz a Declaração Universal dos Direitos Humanos que os pais têm o direito de escolha da educação para os seus filhos. Ora, isso pressupõe que os pais têm um modelo pedagógico de eleição e um conhecimento minucioso do sistema de ensino. Assim, podem preferir ter os seus educandos no sistema de home schooling pois consideram que esse será o mais adequado para o seu desenvolvimento integral. Ao invés, caso prefiram a integração numa instituição de ensino, vão querer ter numa escola em que que a missão e os valores da escola, bem como, o respetivo projeto educativo, os atraia ao ponto de lhes confiarem a aquisição das aprendizagens e dos saberes dos seus filhos.
Portugal iniciou este ano letivo o Projeto da Autonomia e da Flexibilidade Curricular dos ensinos básico e secundário, através do convite lançado às instituições de ensino, e que prevê que estas criem um currículo e um perfil do aluno com um ADN próprio que transporta a respetiva identidade. O desenvolvimento e a consolidação deste projeto irão permitir a cada comunidade educativa, através da flexibilidade do currículo e da introdução de unidades curriculares inovadoras, serem os atores da mudança na construção de um projeto educativo que se pretende ímpar. A autonomia com que cada instituição de ensino aderente empresta ao processo de aquisição de conhecimentos faz com que cada elemento que a constitui a sinta como sua e catalise as emoções por forma a dar corpo a processos cognitivos criativos. O êxito da implementação deste projeto ao nível local irá permitir aos pais uma melhor perceção da escola.
Mas não são só estes a usufruírem do sucesso educativo dos filhos. A sociedade é a maior beneficiária pois a qualificação é o motor para o crescimento económico e para o desenvolvimento sustentável. Assim, se todos tivermos a possibilidade de cumprir o previsto e estatuído na Declaração Universal dos Direitos Humanos conseguiremos ter, para além da riqueza económica e da justiça social, cidadãs e cidadãos felizes, determinados e globalmente competentes.
25 Janeiro, 2018
A criatividade é uma das melhores formas de assegurar a competitividade e encontrar novas soluções para os problemas.
Encontrar novos parceiros, gerar novas soluções para os problemas, criar novos produtos, processos ou serviços para um mercado em constante mudança, são algumas das necessidades mais prementes das organizações. Esta necessidade de inovação das organizações tem feito com que a criatividade seja uma das competências cada vez mais valorizada e procurada nos RH que deverão gerar valor para a organização, sobretudo, quando falamos de quadros superiores.
Mas como encontrar pessoas criativas se claramente o nosso sistema de ensino não educa para a criatividade? – partindo do pressuposto de que a educação poderá ter um papel importante no desenvolvimento da criatividade. O que poderão fazer as organizações para promover e estimular o potencial criativo dos seus colaboradores? A cultura da organização tem com certeza um papel decisivo. Sabemos, por exemplo, que a criatividade é encorajada nas organizações com culturas que valorizam o pensamento independente; a capacidade de assumir riscos e a aprendizagem; são tolerantes ao erro e valorizam a diversidade; manifestam um elevado grau de confiança/respeito pelos colaboradores.
Debrucemo-nos agora sobre o papel do líder em todo este processo de criação de um clima de criatividade deixando algumas sugestões práticas para facilitar a promoção da criatividade.
GUIA DO LÍDER PARA PROMOVER A CRIATIVIDADE/INOVAÇÃO
Não se considere a si próprio a única fonte de boas ideias
. Seja um ouvinte/observador atento.
. Faça perguntas inspiradoras.
. Permita que as ideias “borbulhem”.
Fomente a colaboração
. Combata o mito do inventor solitário.
. “Superstar” é alguém que ajuda os outros a ter sucesso.
. Use “totens” de coordenação (metáforas, analogias, histórias) para a coesão das equipas.
Valorize a diversidade
. Reúna pessoas com diferentes formações e backgrounds para trabalhar em conjunto.
. Incentive as pessoas a diversificarem as suas experiências para promover a criatividade.
. Abra a organização a contribuições criativas externas.
Defina estádios na promoção da criatividade e atenda às suas necessidades específicas.
. Proporcione tempo e recursos suficientes para a exploração de novas ideias.
Aceite a inevitabilidade e a utilidade do fracasso
. Proporcione segurança psicológica para maximizar a aprendizagem com os erros.
. Identifique os diferentes tipos de erros e como poderão ser úteis.
. Crie bons mecanismos para filtrar ideias e projetos.
Motive através do desafio intelectual
.Trilhe caminhos por entre a burocracia para que surjam ideias criativas.
. Deixe as pessoas fazerem um bom trabalho.
. Conceda tanta independência quanto possível.
*Coordenadora do Mestrado em Gestão do Potencial Humano do ISG
25 Janeiro, 2018
Muito se tem discutido sobre “rankings” de instituições de ensino superior, sejam elas universitárias ou politécnicas. As dimensões a ter em conta na análise para a construção de um “ranking” não são consensuais.
A universidade, enquanto conceito, começou por ser uma escola de transmissão de saber tendo evoluído, em bem, para a transmissão e debate desse mesmo saber. Desde o ano 3500 a.C., Eduba foi a primeira escola que transmitia ensinamentos de Matemática e de escrita suméria. Com Platão, 387 a.C., a Academia ensinava também ginástica e Filosofia. No século V, na Índia, em Bihar, a Universidade Nalanda chegou a ter mais de 10.000 alunos e a ensinar áreas de Anatomia, Astronomia. A primeira universidade da era moderna (UNESCO) foi fundada em 859 d.C. em Marrocos, a Universidade de Karueein. Em 970 d.C., surge no Cairo a segunda universidade mais antiga. Na Europa, a Universidade de Bolonha, fundada em 1088, é a referência mais antiga. Posteriormente foram proliferando várias instituições em especial no período medieval, com a missão do estudo do trivium (Gramática, Retórica, Dialética) e do quadrivium (Aritmética, Geometria, Astronomia e Música).
O denominador comum da universidade, no espaço e no tempo, é o facto de ser feita de humanidade, de saber e de crescimento pessoal. Por estas razões, além da transmissão de conhecimento, deve ser um espaço de interrogação constante, de irreverência e de desenvolvimento da consciencialização de cidadania.
É difícil construir “rankings” pois a maior parte das métricas importantes dificilmente serão matematizáveis de tão humanas que devem ser. O índice de felicidade, a capacidade de crescimento, a apreensão de valores de cidadania, ou o crescimento pessoal nunca se podem avaliar com a objetividade desejável.
Nos “rankings” existentes, as métricas utilizáveis atualmente são desprovidas de lógica e de pertinência do verdadeiro significado de universidade. Tomemos como exemplo a investigação e a empregabilidade. No primeiro caso, a obsessão pelas publicações, como medida de investigação, é de tal forma triste que os professores deixam de se preocupar com pedagogias ou qualidade na transmissão do conhecimento. A maior parte dos artigos ficam a ganhar pó nas prateleiras e muitos são pagos só para cumprir rácios de publicações. Atualmente, muitos doutoramentos de qualidade menor são obtidos em prestigiadas universidades e muitos doutoramentos de grande qualidade são obtidos em universidades menos prestigiadas. Muitos investigadores são péssimos professores e vice-versa. Um “ranking” que não mede a capacidade de transmissão de conhecimento ou que desvaloriza a pedagogia é imediatamente inútil. Também não se pode medir a necessidade de investigação num curso de Ciências Aplicadas (Bioquímica, p.e.) com as Ciências Sociais (Gestão, p.e.). No segundo caso, devo dizer que muitos cursos superiores se frequentam pelo mero prazer de saber e de aprender. A empregabilidade é obviamente importante, mas não comparável entre as diversas áreas do saber. Não é legítimo um “ranking” comparar empregabilidade de cursos de Filosofia ou História com determinados ramos das engenharias ou medicinas, por exemplo.
Por isso, mais do que tudo, a universidade é um prazer, uma família, uma fase marcante de socialização e não é só feita de pseudo-intelectualidades de investigação em cativeiro ou em regime de clausura.
A universidade é, e deve continuar a ser, um espaço de dinâmicas de intervenção, transmissão de conhecimento e de relações humanas, que forme bons cidadãos, multidisciplinar, enfim, académica, em toda a sua essência.
Director do ISG – Business& Economics School
Artigo está em conformidade com o novo Acordo Ortográfico
in Jornal de Negócios a 25/01/2018