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Sobreviver e crescer

Sobreviver e crescer

Penso que, hoje como nunca, precisamos de focar e tomar todas as nossas decisões, todas mesmo, com um só critério. O que apoiar e satisfizer esse critério avança; o que não o fizer, não vale a pena concretizar. Primeiro, temos de sobreviver. Depois, temos de crescer de forma sustentada, assentes numa nova estratégia, tipo pacto de regime estrutural para as próximas décadas, imune a quem nos governa, com uma só prioridade/critério: bom investimento que nos potencie os recursos endógenos e territórios à escala mundial. Para isso precisamos de maior dimensão das nossas empresas e de menos e melhor Estado.

SOBREVIVÊNCIA

Os auxílios dos Bancos Centrais e dos Estados, suportando o emprego, injetando liquidez na economia e apoiando a tesouraria das famílias e das empresas são fundamentais. Em particular, os auxílios às empresas exportadoras, com processos de investimento e de investigação e desenvolvimento em curso, são cruciais para o crescimento futuro da economia.

Contrariando a evolução francamente positiva das últimas duas décadas da intensidade exportadora da economia (em que as exportações passaram de pouco mais de 20% do PIB para 43,9% do PIB, em dezembro de 2019), nos primeiros oito meses de 2020, registou-se uma queda acentuada das exportações e das importações de bens (-14,1% e -18,3%, respetivamente), a refletir a redução dos fluxos de comércio internacional a nível global. Os maiores contributos negativos para a evolução das exportações vieram naturalmente dos nossos principais parceiros comerciais (Espanha, Alemanha, França, Reino Unido, Itália e EUA). Este cenário de instabilidade internacional é agravado ainda pelas incertezas relativamente ao Acordo Brexit – estimando-se que as empresas portuguesas venham a ser confrontadas com uma redução das exportações globais de bens e serviços entre -1,1% e -4,4% (recorde-se que o Reino Unido é 4.º destino das exportações de bens e 1.º destino das exportações de serviços), dos fluxos de IDE entre -0,5% e -1,95% (4º principal investidor), e das remessas de emigrantes entre -0,8% e -3,2% (3.º país de origem), decorrentes da contração da economia britânica.

PROBLEMAS ESTRUTURAIS

A pandemia veio apenas agravar a divergência económica de Portugal em relação à Europa e ao mundo, especialmente desde 2000, fruto da nossa perda de competitividade e da persistência e agravamento dos problemas estruturais da nossa economia, destacando-se os seguintes:

  • Excesso de endividamento externo: a nossa dívida externa líquida passou de -16% PIB, em 1999, para -96% PIB, em 2019.
    O crescimento acentuado da dívida pública e privada faz com que Portugal seja um dos países com maior aumento da sua dívida externa no mundo. A dívida pública passou de 49,5% do PIB, em 2001, para mais de 117% do PIB em 2019, resultante de deficit orçamentais crónicos. Assim, no setor público, continua a aumentar a despesa e não ocorrem nem os investimentos estruturais nem os necessários ajustamentos e reformas (o peso do Estado continua a ser de quase 46 % do PIB). Desde 2011 até 2019, a despesa corrente das administrações públicas cresceu cerca de 4 mil milhões de euros. Por outro lado, o peso da Formação Bruta de Capital Fixo no PIB passou de 28%, em 2000 para 16,8%, em 2017. Nesse período, apenas a Grécia tem um peso do investimento no produto interno bruto inferior ao nosso, estando a média da União Europeia acima dos 20%.
    Este aumento significativo da dívida, também das famílias e das empresas, resulta fundamentalmente de um modelo errado de crescimento assente no consumo interno e no excessivo recurso ao crédito.
  • Fraca produtividade de fatores: De 2000 a 2017, a nossa produtividade cresceu 0,7%, abaixo do crescimento médio anual da Europa e de Espanha (0,8%) e significativamente abaixo de países como a Polónia, Lituânia, Roménia e República Checa (que tiveram no mesmo período uma taxa de crescimento acima de 3%). O crescimento anual estimado do nosso produto potencial (pleno emprego de fatores), para os próximos vinte anos, é de 0,9%, de novo abaixo do crescimento médio dos 28 países europeus (1,3%).Esta pouca produtividade da economia assenta, entre outros fatores, na ausência de reformas no sistema político e do Estado (que aumentam os custos de contexto), reformas no emprego e nas políticas sociais. Denote-se que se assistiu, por outro lado e em sentido bastante positivo, durante as duas últimas décadas, a um reforço muito significativo do capital humano com a generalização do ensino universitário e crescimento dos níveis de investigação.

CRESCER COM MELHOR INVESTIMENTO

Para a fase de recuperação e crescimento, na próxima década e meia, exige-se, portanto, uma rutura no sentido da transformação estrutural e crescimento da competitividade externa da nossa economia, que tenha como grande prioridade o aumento do investimento produtivo físico e imaterial, potenciando os nossos recursos e território, e colocando-os ao serviço da economia mundo.

Aproveitando estrategicamente o excecional contributo do Banco Central Europeu (que intervém nos mercados, compra dívida soberana e mantém baixas as taxas de juro, fatores críticos para a solvabilidade financeira dos Estados, sobretudo os mais endividados, como é o caso de Portugal), e a famosa ‘bazuca’ que Portugal vai receber da UE de cerca de 43 mil milhões de euros a fundo perdido (cerca de 13 mil milhões no Fundo de Recuperação mais 30 mil milhões de euros do QCA), a que acrescem mais 10,5 mil milhões de euros de empréstimos bonificados.

Recorde-se de que, desde que aderimos à Comunidade Europeia (de 1986 a 2018), Portugal já recebeu a fundo perdido um valor global de cerca de 130 mil milhões de euros, correspondente a um valor anual de cerca de 2,5% do seu PIB.

Se juntarmos o apoio dado pela troika (UE/BCE/FMI), em 2011, num montante que ascendeu a 78 mil milhões de euros (e que nos salvou da bancarrota) e as receitas provenientes do vasto programa de privatizações (Portugal é um dos países da Europa Ocidental com maior peso das receitas de privatização no seu PIB), chegamos à astronómica quantia de cerca de 300 mil milhões de euros de apoio financeiro sem reembolso (ou com condições bonificadas) concedido a Portugal nos últimos 40 anos (montante equivalente a 1,5 vezes o PIB anual do país).

Portugal para crescer sustentadamente precisa de reposicionar a sua oferta competitiva de bens, serviços, conteúdos e conceitos, alinhando-a com segmentos e atividades que irão ter um crescimento na procura mundial e no comércio internacional. Aos atuais polos de especialização da economia deve adicionar-se uma nova camada de atividades mais intensivas em conhecimento e inovação, incluindo nas áreas da energia, dos materiais e da mobilidade.

Neste sentido, são deveras interessantes duas visões estratégicas de dois reputados economistas portugueses, a que tive oportunidade de assistir recentemente:

A intervenção do professor da Universidade de Nova Iorque, Stern, Luís Cabral, em que este, apesar de admitir a divergência económica de Portugal em relação aos EUA (estamos atrasados cerca de 28 anos, quando no ano 2000 estávamos com cerca de 23 anos de atraso), reafirma o enorme potencial da nossa economia assente no alinhamento entre, por um lado, uma nova geração de portugueses, nascidos na década de 90 do século passado (chamou-lhes geração futuro), mais educada, muito viajada e com enormes capacidades e, por outro, uma aposta nos setores da educação, saúde e entretenimento, no quadro de uma economia globalizada 4.0, ‘independente do espaço’, baseada na informação e em indivíduos hábeis.

A intervenção do economista José Félix Ribeiro, que identifica nas duas macro regiões do país (Região Arco Metropolitano de Lisboa e Sul Litoral e a Região Norte e Centro Litoral) os principais protoclusters, que consistem em start-ups, PME´s, e também multinacionais, organizadas em torno de tecnologias e/ou funções que se distinguem de atividades já consolidadas, e que as vocacionam para exploração dos mercados externos, com ligação estreita a polos de conhecimento que são fundamentais para sua implantação competitiva no país. Enunciou, entre outros, os protoclusters solar térmico e fotovoltaico; mobilidade elétrica; automação e robótica industrial e móvel; farmácia, biotecnologia e engenharia biomédica; telecomunicações, aeronaútica; e engenharia do petróleo e gás offshore.

CRESCER COM MAIOR DIMENSÃO EMPRESARIAL E COM MENOS E MELHOR ESTADO

Para que esta aposta estratégica no investimento produtivo e na nossa competitividade externa sejam sustentável parece-me fundamental garantir, por um lado, o redimensionamento empresarial, dada a pequena dimensão das empresas portuguesas e a sua fraquíssima capitalização (as micro e pequenas empresas são cerca de 60% a 80% menos produtivas do que as médias e grandes). Exige-se, portanto, uma ação para desenvolver melhor capital e trabalho, reforçando a capacidade de gestão das organizações e o seu financiamento (apostando em financiamento por obrigações e outros instrumentos de capital, alternativos ao bancário). É desejável assim a criação de um novo instrumento de financiamento específico para o redimensionamento empresarial, tipo fundo público com abertura a privados, de dimensão internacional, para financiar operações de crescimento empresarial.

Por outro lado, são fundamentais reduzir o peso do Estado na economia e implementar arrojadas políticas fiscais e laborais, que mantenham e criem emprego de forma sustentada. A nossa carga fiscal passou de 35% para 37,1 % do PIB (de 2007 para 2018), – Portugal apresentou a 5.ª maior subida e é um dos oito países da União Europeia que fez crescer a sua carga fiscal. Só com estabilidade e desagravamento fiscal conseguiremos aumentar a competitividade externa da economia, fazendo crescer a nossa intensidade de exportação acima dos 50% do PIB, mas também criando mais incentivos e condições (um verdadeiro choque fiscal e de instalação) para atrair investimento nacional e os fundamentais investimentos diretos de empresas estrangeiras (sejam estes em infraestruturas físicas ou recursos humanos e financeiros, que efetivamente fiquem residentes no país). Para esta renovada dimensão de investimento externo no nosso país, é também vital um novo mapeamento e conhecimento profundo dos agentes e dinâmicas do território, no sentido de se formatarem dossiers de investimento com visibilidade e impacto externo.

Em suma, foquemos agora todos os nossos esforços para fazer sobreviver as nossas empresas e famílias, no quadro desta desgraçada pandemia, cujas consequências danosas se manterão nos próximos anos.

A pensar no amanhã, temos inevitavelmente de mudar de pensamento e de rumo. A nossa política pública, gizada sob a forma de um pacto de regime estrutural, imune aos partidos que nos governam, tem de abandonar o modelo errado assente no consumo e tem de aproveitar os financiamentos externos previstos para a próxima década para fomentar investimentos, orientados para setores onde possamos servir a economia mundo, e que vão permitir transformar a nossa economia e sociedade.

Esta aposta estratégica, com uma dimensão maior das nossas empresas e com menos e melhor Estado, é necessária e suficiente para crescermos de forma sustentada e para sermos competitivos no mundo, transportando a nossa economia e sociedade para uma mentalidade e clima de inovação permanentes, assente sempre nas parcerias estratégicas entre Universidades, empresas e setor público.

Temos capital humano para fazer isto acontecer!
É fundamental haver vontade e liderança nesse sentido.

Professor Doutor Paulo Caldas, coordenador científico da Licenciatura em Economia do ISG

Ensino Superior: Pedagogia vs. Investigação e a A3ES pós 2020

Ensino Superior: Pedagogia vs. Investigação e a A3ES pós 2020

Criada em 2007, a A3ES – Agência de Acreditação do Ensino Superior, fundação de direito privado de utilidade pública, responsável pela monotorização da qualidade e acreditação dos cursos e das instituições de ensino superior em Portugal, muda esta semana de Conselho de Administração, passando a ser presidido pelo Prof. Doutor João Guerreiro, que substitui o Prof. Doutor Alberto Amaral.

Durante o período de 2007 a 2020, a A3ES não acreditou cerca de 400 cursos de ensino superior conferentes de grau académico de licenciatura (1.º ciclo), mestrado (2.º ciclo) e doutoramento (3.º ciclo), encerrou oito instituições de ensino superior e provocou a descontinuação de cerca de 2500 cursos por iniciativa própria das universidades e politécnicos públicos e privados. Neste sentido, houve uma redução superior a 45% da oferta anteriormente existente (que era superior a 5200 cursos em 2010) e em simultâneo foram criados/acreditados cerca de 1000 novos cursos neste período (muitos adaptados ou reformulados de ciclos de estudos anteriores).

Foi inegável a importância da existência de uma espécie de “entidade reguladora” do ensino superior neste período que caracterizou a primeira década de Bolonha. Mas, para este novo ciclo de funcionamento da A3ES, pedem-se critérios mais objetivos, métricas comparáveis e imparcialidade nas decisões dos peritos, que muitas vezes representam interesses “concorrenciais” de outras instituições. Para fundamentar a acreditação de um ciclo de estudos, os peritos (comissões de avaliação externa) avaliam vários aspetos e métricas objetivas que vão desde o plano de estudos à funcionalidade e adequação de instalações e equipamentos, bibliotecas, empregabilidade, internacionalização ou a existência de um corpo docente próprio e qualificado. Existem outros critérios, com alguma subjetividade implícita, como a “quantidade e qualidade” da produção e investigação científica dos docentes, com maior exigência neste campo, ao nível universitário do que politécnico. É certo que a ciência deve ter uma relação de proximidade com a Universidade, mas se aferirmos a quantidade de estudantes que após a licenciatura seguem carreiras de investigação, é muitíssimo diminuta. Apesar das grandes tendências internacionais ditarem a importância da publicação de papers em revistas indexadas, a verdade é que o interesse é mais para a progressão da carreira dos docentes do que para a mais valia pedagógica para os alunos.

Assim, a importância da qualidade pedagógica e a transmissão de conhecimentos é infelizmente minorada face à “obsessão subjetiva” da investigação e publicações em revistas científicas, que se tornou uma moda anglo-saxónica dos “rankings” das universidades, mas que está muito longe de espelhar a qualidade do ensino. Muitas vezes os piores professores são os melhores investigadores e vice-versa. É muito importante distinguir entre a carreira docente e a carreira de investigador, porque até a própria natureza da ciência o obriga – veja-se a comparação entre as ciências da medicina, da química, da biologia e as chamadas ciências sociais, obviamente não testáveis em laboratórios.

A eficiente transmissão do conhecimento, valorizando sempre a capacidade de comunicação e sobretudo o gosto pela socialização e debate crítico, são próprias da verdadeira academia! Um professor, na sua plenitude, leva sempre um pouco de si para os seus alunos, como já existem poucos e tanta falta fazem à qualidade do ensino superior, tão obcecada atualmente com a investigação pura, egoísta e competitiva que tristemente despreza o verdadeiro sentido da Universidade e da Academia. A Universidade não pode ser reduzida a um centro de investigação. É uma visão pobre, ignorante, redutora e simplista da Universidade pós-moderna, em que os bons professores não se revêm.  É muito importante que a Universidade, entendida em lato sensu, não se feche em si mesma e abra as suas portas à sociedade, através de múltiplas formas pois o pensamento e o conhecimento devem ser difundidos e sujeitos à critica permanente, longe, muitíssimo longe da investigação em regime de clausura e cativeiro, que muitos advogam, talvez porque não sabem lecionar…

A generalidade das publicações ditas científicas que ficam a ganhar pó nas prateleiras (ou esquecidas na imensidão da web) e são assinadas por um conjunto de autores em que apenas alguns investigam e escrevem. Começa a ter contornos de “lobby” e de negócio, a “indústria das publicações” e a servir de argumento conveniente para fundamentar decisões, o que não é de todo desejável. Também num quadro global, europeu, internacional (tão defendido pela A3ES), seria importante que a legislação permitisse a acreditação por agências internacionais com idênticas funções da A3ES, o que estranhamente não acontece.

Ninguém questiona que a educação é um ativo de capital humano das nações, fundamental para o desenvolvimento económico e social. Assim sendo, trata-se de um bem público, independentemente da natureza privada ou pública do prestador, que não pode obedecer a interesses e lobbys menos claros. A expectativa da orientação estratégica da nova A3ES é grande e acredita-se que tenha como desígnio que a educação pode e deve ser um exemplo de democratização e liberdade de ensinar e aprender, como definido constitucionalmente.

Professor Doutor Miguel Varela, Diretor do Instituto Superior de Gestão para o Jornal de Negócios

ISG tem nova Associação de Estudantes

ISG tem nova Associação de Estudantes

A Associação de Estudantes do ISG conta com novos órgãos sociais e respetivo plano de atividades para o ano letivo 2020-21.

Direção
Presidente: Gonçalo Filipe Barreiros Rua (3º ano, Gestão – an21700084)
Vice-Presidente: Miguel De Oliveira Gonçalves Ferreira (3º ano, Gestão – an21700045)
Tesoureiro: Daniel Teixeira Monteiro (2º ano, Gestão – an21900109)
Vogal: Alexandre Vizinha Gonçalves (2º ano, GRH – an21900096)
Vogal: Carolina Lopes Ventura (2ºano, GRH – an21900181)
Vogal: Sebastião Vilela Saldanha Relvas (1º ano, Gestão – an22000179)
Vogal: Ana Catarina Mateus Martins (1º ano, GRH – an22000120)

MAG
Presidente: Gonçalo Moreira Correia De Castro (3º ano, Gestão – an21800093)
Secretário: Joana Abreu Gomes (2º ano, Gestão – an21900104)
Vogal: Margarida Marques Aleixo (2º ano, GRH – an22000042)


Conselho Fiscal
Presidente: Bernardo José Fonseca Simões (3º ano, Gestão – an21800146)
Secretário: João Mendes e Brito (2º ano, Gestão – an21900029)
Relator: Margarida Moreno de Brito Neves (3º ano, Gestão – an21800114)

Plano de Atividades

Desporto:
• Formação de equipas de voleibol e futsal.


Recreativo:
• Oferta de bilhetes para espetáculos e concertos (Patrocínio);
• Giveaways;
• Promoções exclusivas a alunos do ISG;
• Presença em festas e festivais;
• Gala de Natal;
• Gala de Final de Ano;
• Acampamento;
• Queima das Fitas.


Solidariedade:
• Recolha de comida e roupa para entrega a instituições carenciadas;
• Saídas de rua (assim que as condições de saúde o permitirem).

Representação:
• Conferências;
• Eventos.

Equipamento para a associação:
• Televisão;
• Sofá;
• Mobiliário;
• Material de escritório;
• Máquina de café;
• Impressora;
• Frigorifico.

Académico:
• Criação de uma linha de guias de exame.

Diversos:
• Linha de merchandise AEISG e ISG.

Conferência Virtual “A Transformação Digital e Tecnologias

Conferência Virtual “A Transformação Digital e Tecnologias

Partilhamos o Cartaz e o Programa da Conferência Virtual “A Transformação Digital e Tecnologias da Informação em Tempo de Pandemia,  que aconteceu no dia 16 de dezembro e contou com apresentação do Artigo da Dra. Ivone Soares e do Professor Dr. Carlos Vieira, Presidente do Conselho-Geral e Docente do ISG, que versou “ Mobile Money como instrumento de desenvolvimento rural no norte de Moçambique”

Conferência Virtual: A Transformação Digital e Tecnologias da Informação em tempo de Pandemia 

Link para visualização: https://fb.watch/2pS1zjFZms/ 

Conferência com também tópicos de interesse da conferência: 

  • Tecnologias de Informação e Recursos Digitais em tempo de pandemia; 
  • Webinars and Virtual Webinar Platform, MOOC – Massive Open Online Couse, LLL – Lifelong Learning; 
  • Modelos EaD – Ensino a Distância e blended Learning: realidades face à pandemia?; 
  • Teletrabalho, liderança virtual, equipas virtuais; 
  • Transformação digital e plataformas digitais nas IES – Instituições de Ensino Superior; 
  • Cidadania digital e segurança em tempos de pandemia; 
  • Arquiteturas Empresariais; 
  • Business Process Management; 
  • Ensino e Investigação em Sistemas de Informação; 
  • Sistemas de Informação nas Organizações e na Sociedade; 
  • Outros temas relacionados com Tecnologias e Sistemas de Informação. 

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Certificação DELTA

Certificação DELTA

Seminário ISG 17/12/2020 18h – 21h, no âmbito da Pós-graduação em Gestão de Projetos.

Liderança: velhos problemas, novas soluções?

Liderança: velhos problemas, novas soluções?

Paulo Finuras, PhD

Professor Associado no ISG Business & Economics School – Lisboa

Nas comunidades de caçadores-recolectores havia quatro problemas absolutamente essenciais para ultrapassar os desafios adaptativos dos grupos humanos (preservação e reprodução).

Esses quatro problemas formaram as condições de emergência das relações líder-liderados e da própria liderança enquanto tarefa a executar, correspondendo às principais tarefas de coordenação que estão na base do fenómeno da liderança humana. E quais são eles? Primeiro, temos a captação, alocação, distribuição e manutenção de recursos (equivalente às atuais atividades da gestão, administração ou governo); segundo, temos as decisões sobre onde acampar e caçar o, se necessário, para onde nos dirigirmos (o que corresponde ao que se pode designar por desafio estratégico relacionados com a movimentação dos grupos); terceiro, temos a questão do controlo da agressividade intra grupo que possa ameaçar a sua coesão (trata-se da questão da manutenção da paz e do relacionamento intra grupal) e, em quarto e último lugar, temos a necessidade de conseguir estabelecer relações e alianças com outros grupos e comunidades (ou, se quisermos, o problema das relações grupo interno/externo).

Estas atividades requerem, naturalmente, habilidades e capacidades dos liderados em termos de aceitação e compromisso, e qualidades de liderança em termos de mobilização, confiança, inteligência, visão, planeamento, sentido de equidade e justiça, integridade, equilíbrio emocional e tato para desempenhar e executar os papéis de liderança que lhe estão associados. Note-se que estas qualidades não tinham de ser todas possuídas pelo mesmo indivíduo, desde que fossem incorporadas nos processos e nas dinâmicas sociais dentro dos grupos.

Na verdade, ainda hoje é assim, mas o problema é que cada vez mais se exige a uma só pessoa estas mesmas capacidades e qualidade todas juntas e isso faz com que muitos líderes não consigam sê-lo e falhem.

E continuarão a falhar se os líderes escolhidos não estiverem adequados para os novos desafios que se colocam e, em particular, se não souberem rodear-se das pessoas certas que complementem e preencham todas as competências necessárias para o sucesso do grupo.

E não, não são aqueles que dizem sempre que sim ao líder sem nunca o contrariar que são os seus melhores colaboradores. Quando num grupo de seis pessoas, há cinco que veem a mesma informação da mesma maneira e decidem todas no mesmo sentido, pode ser crucial que a sexta pessoa contrarie todos, incluindo o líder.

E isto é a liderança natural a funcionar.

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