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Palestra: Metodologia de Negociação

Palestra: Metodologia de Negociação

“Metodologia de Negociação” é o tema da próxima Palestra, que acontece no dia 12 de novembro, pelas 17h00, via zoom, no âmbito da Unidade Curricular de Liderança e Negociação.

A presente Palestra, que é destinada aos alunos do 2º ano de Gestão e Gestão de Recursos Humanos terá como oradores: Rafael Garrido, Key Account Manager na Unilever e Isabel Taquenho, Key Account Manager Assistant na Unilever.

Discussion on osh in higher educarion: Identifying the specific needs challenges

Discussion on osh in higher educarion: Identifying the specific needs challenges

O Docente e Presidente do Conselho Geral do ISG, Professor Dr. Carlos Vieira, marca, hoje, presença no evento da European Federation of Education Employers (EFEE), onde fará a apresentação do seu powerpoint com o tema: “Discussion on osh in higher educarion: Identifying the specific needs challenges”.

Atualização do FORGEP aos Colaboradores do IFAP

Atualização do FORGEP aos Colaboradores do IFAP

ISG inicia hoje mais uma formação de Atualização do FORGEP aos Colaboradores do IFAP.

Sendo o ISG provedor de formação para a Administração Pública, foi escolhido pelo segundo ano consecutivo para ministrar formação ao Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas, I.P.

Num ano de adaptabilidades, o ISG posiciona-se como uma escola que acompanha a evolução das tendências, sempre com a qualidade de ensino e transmissão de conhecimento de excelência.

«Temos de reintegrar o Homem na natureza», alerta Paulo Finuras

«Temos de reintegrar o Homem na natureza», alerta Paulo Finuras

Acaba de ser publicado “Da Natureza das Causas: Psicologia Evolucionista e Biopolítica” (Edições Sílabo). Trata-se de uma peça mais no mosaico que Paulo Finuras vem construindo, dedicadamente, há anos.

Esta nova peça é dedicada à psicologia evolucionista, um ramo vibrante e desafiante das ciências comportamentais.

A abordagem tem os seus críticos, inevitavelmente, mas é desafiante e provocadora; uma vez explorada não pode ser simplesmente esquecida.

Recordo-me há uns anos de ter lido “Managing the Human Animal”, de Nigel Nicholson, citado neste livro. A sua ideia é poderosa: os humanos tiraram-se da Idade da Pedra, mas não tiraram de si a Idade da Pedra.

Entrevistado por João Paulo Feijoo, seu prefaciador, Paulo Finuras ajuda-nos a descodificar a natureza das causas. A descobrir para nos descobrirmos.

Fala-nos um pouco do teu livro: que importância tem, nos tempos que correm, uma abordagem do comportamento humano na perspetiva evolucionista?
Este livro é o terceiro de uma série que começou em 2015 com o “Primatas Culturais”, seguindo-se o “Bioliderança” e agora o “Da Natureza das Causas”. Resulta da compilação de investigações que tenho feito e que se traduzem em artigos publicados em revistas, sites e jornais científicos e que organizo depois no formato de livro. Fi-lo não só porque penso que o paradigma evolucionista pode integrar as várias ciências sociais e porque saltei da sociologia para a psicologia evolucionista insatisfeito com as respostas (ou falta delas) sobre o comportamento humano. E finalmente, porque existe um enorme vazio na língua portuguesa neste domínio científico.

Como refiro no prefácio – que tive a honra de me teres convidado a escrever – as teses da psicologia evolutiva ainda estão longe de uma aceitação generalizada, em virtude da clivagem histórica entre as ciências “naturais” e as ciências “sociais”. Que comentários é que isto te merece?
Infelizmente e como digo no livro as ciências sociais cometeram um enorme equívoco ao não se apoiarem no conhecimento já produzido pelas ciências da vida, acreditando que retirando o Homem da natureza o podiam entender melhor. É um erro gigantesco. Temos de reintegrar o Homem na natureza e encapsular a biologia do vivo no sujeito ou não vamos entendê-lo.

Não achas que um leitor menos atento pode ficar com a impressão de que os nossos comportamentos são pré-determinados? Se eles estão inscritos nos nossos genes, onde está o livre arbítrio? Será que podemos falar de comportamentos racionais, no sentido de que obedecem a uma decisão ponderada de forma analítica e orientada por valores éticos?
Há muito pouca clarificação sobre isso. Deixa-me tentar iluminar um pouco a questão, que é muito pertinente. Os genes só se expressam num dado ambiente e não no vazio. A questão é que basicamente temos três tipos de comportamentos. Aqueles em que a influência genética é maior do que a influência cultural (ambiente), aqueles em que a influência cultural é maior do que a influência genética e finalmente aqueles em que há um equilíbrio entre o inato e o adquirido. Mas existem sempre as duas vertentes. A psicologia evolucionista não nega o adquirido (pelo contrário) mas não podemos pensar que o adquirido existe sem a influência da biologia. O predomínio do sexo masculino em matéria de liderança é um bom exemplo e falo disso no livro.

Além da psicologia evolutiva, a tua obra e a tua atividade académica e profissional estão também muito ligadas ao tema da interculturalidade. Como vês a relação entre os dois domínios?
Boa pergunta. Vejo-a como absolutamente complementar. A cultura é também a nossa natureza e um meio de resolver problemas adaptativos coletivos. Durante mais de 20 anos a minha relação com o Prof. Hofstede (que como sabemos faleceu em Fevereiro deste ano) ajudou-me a ter uma perspetiva do comportamento coletivo, porque a cultura tem a ver com o coletivo e não com o indivíduo isoladamente. Aliás, a diversidade cultural segue a linha da diversidade biológica da vida. As dimensões da cultura são uma janela para a forma como os grupos humanos (até às nações) resolvem problemas comuns que são uma pressão adaptativa e seletiva, como a questão da aceitação da desigualdade, a importância do “Eu” versus o “Nós”, a questão da competição versus a cooperação, a relação com a incerteza e o tempo e o controlo dos impulsos naturais. Está lá tudo.

Centremo-nos no que diz respeito ao comportamento organizacional. Numa perspetiva evolucionista, o trabalho em equipa é algo que define a nossa espécie: sobrevivemos e evoluímos como caçadores recolectores graças à nossa propensão para a cooperação. Mas quando analisamos a organização do trabalho, o trabalho em equipa ainda parece ser muitas vezes a exceção e não a regra. Vemos inúmeras funções desenhadas para serem exercidas individualmente, pobres em interação, em que a cooperação parece ser deliberadamente evitada como fonte de perturbação. Porquê esta aparente aversão àquele que devia ser o nosso “modo natural” de trabalho?
Talvez porque as organizações com as suas hierarquias e os seus interesses individuais em termos de empreendimentos se sobreponham à nossa psicologia natural, uma vez que são uma novidade à escala evolutiva. Existe uma relação de dependência e de subordinação que é uma novidade. As empresas não surgem como movimentos espontâneos coletivos. Resultam de empreendimentos cuja origem é a defesa dos interesses de quem os inicia. Ou talvez também porque há muito desconhecimento do chamado efeito de incompatibilidade justamente entre a nossa psicologia natural e o novo ambiente evolutivo, e muitas coisas acontecem como acontecem por causa desse desconhecimento. No fundo as empresas não são o modo “natural” de trabalho como o eram a caça e a recoleção. São um novo modo de produção numa nova escala – ou seja, um novo desafio evolutivo – e o nosso cérebro da Idade da Pedra está ainda a aprender a lidar com este novo ambiente. Vê o caso da digitalização e do mundo virtual: são tudo aquilo a que chamamos “mismatchs adaptativos”.

Quando o teletrabalho parece estar a tornar-se parte da “nova normalidade”, não estaremos perante um formidável obstáculo ao trabalho em equipa? Sabemos que mesmo antes do desenvolvimento da linguagem a nossa evolução foi moldada pela presença física dos nossos semelhantes, pela interação visual, até mesmo pelos cheiros. Como é que vamos conseguir adaptar-nos à privação dessa presença física?
Penso que esse é um dos grandes desafios e uma das novas pressões evolutivas e talvez aqui a palavra chave seja a Confiança, que é um tema sobre o qual me debruço e investigo há mais de dez anos. A confiança – que tem bases biológicas e evolutivas, claramente – é um dos grandes trunfos para a adaptação ao novo mundo (de resto sempre foi). Quem conseguir produzi-la terá vantagens inegáveis, sobretudo nas empresas. Hoje conhecemos muito mais sobre o assunto, e sabemos muito bem como construí-la seja em equipas reais ou virtuais. Esse é o meu trabalho de investigação e de formação dos líderes nas empresas, não apenas ao nível micro, mas ao nível macro, porque a cultura e a economia jogam aqui um papel crucial. Repito: sabemos hoje muito mais como produzir confiança e com ela conseguir mobilizar as pessoas e ultrapassar as novas pressões, nomeadamente a do distanciamento físico, pois a confiança permite-nos funcionar de forma fisicamente distante mas socialmente próxima.

Falaste na formação de líderes e tinha justamente pensado abordar o tema, porque a origem evolutiva da liderança é um tema recorrente do teu livro. O exercício do poder, a influência sobre os outros desenvolveram-se num contexto de proximidade, ou seja, tinham uma dimensão territorial. Quando os “territórios” que têm sido os locais de trabalho se pulverizam, que consequências isso tem sobre a liderança? Também pode ser “desterritorializada” e exercida à distância?
É novamente uma questão de confiança, que no caso da liderança ganha ainda maior acuidade. A confiança compensa a ausência física do líder, e é justamente quando ele está ausente que mais precisa da confiança. A investigação mostra que quando se confia num líder está-se mais disposto a perdoar erros momentâneos. Por isso, o exercício da liderança à distância exige que o líder seja capaz de produzir confiança, e há comportamentos e práticas que a produzem. Tenho isso descrito nos meus livros sobre o tema da confiança em particular no livro “O Fator Confiança”, todo ele baseado naquilo que a investigação nos mostra.
Como vimos, a confiança funciona à distância e tem um valor bioeconómico brutal. E agora a realidade veio dar ainda mais importância ao tema, que tomávamos muitas vezes por adquirido. Quando falta a confiança nota-se mais do que quando ela existe. Mas estou convicto que se compreendermos como é que o nosso “computador orgânico” funciona, qual é a filogenia e a ontogenia da confiança, saberemos como usá-la. Sem dúvida que os líderes precisam disso mais do que ninguém, sobretudo agora e no futuro que se avizinha. Aliás, o futuro já existe: é simplesmente o passado do que ainda há de vir; tal como o presente é o futuro do que aconteceu. Falta-nos distanciamento para olhar para estas coisas, para entender a mudança. Se pensarmos bem, a desterritorialização do trabalho pode ser vista como uma forma da desmaterialização mais geral que está em curso em muitos outros domínios, e isso já não é tão novo. Já aconteceu com o dinheiro, por exemplo, e não é mais nem menos com base na confiança que ele funciona como uma garantia simbólica à distância. Giddens estudou isso muito bem e aconselho a leitura dos trabalhos dele para percebermos melhor o que está a acontecer.

Por falar em mudança: durante centenas de milhares de anos, o nosso cérebro evoluiu para se adaptar a um ritmo de mudança praticamente impercetível à escala da vida humana. O ambiente em que evoluímos, do nosso ponto de vista, era estático. Há uns 250 anos, desde o início da Revolução Industrial, o ritmo de mudança acelerou, e hoje é exponencial. Alguma vez conseguiremos adaptar-nos à mudança exponencial?
Só posso dizer que não sei. E duvido estar cá para responder a isso. Acredito que a espécie vai-se adaptando mas talvez nem todos o consigam. Não foi sempre assim? Este tipo de upgrade leva muito tempo a acontecer apesar da ilusão do presente e dos meios de informação serem tão rápidos. Simplesmente não sei e esta é a minha melhor resposta.

Continuamos a evoluir por seleção natural? Que indícios temos dela? Não está completamente “abafada” pela evolução por via cultural, ou “afogada” numa população de quase 8 mil milhões de seres humanos?
Continuamos. Sem dúvida. Todos os dias. Aliás, curiosamente esse é o último capítulo do meu livro, que tem por título “E a evolução será que ainda continua?” Embora não pensemos nisso nem de tal tenhamos consciência, desde a forma como nos deitamos aos alimentos que consumimos, ao medo das cobras e das aranhas, passando pela importância do prestígio ou pela procura de cargos de liderança, tudo deriva da evolução que nos moldou a nós, às nossas mentes e às nossas respostas quotidianas. Isto mostra como a Evolução continua presente nas nossas vidas diárias e também como a sua compreensão nos pode ajudar a entender porque é que muitos dos nossos comportamentos atuais revelam um desfasamento entre o nosso cérebro, que foi esculpido num ambiente que tem mudado mais depressa do que nós próprios. A Evolução continua a “dar cartas”, desde a nossa sobrevivência à necessidade de movimentação, ao exercício físico e até à cosmética e à aparência, passando pelo tipo de líderes que escolhemos. O investimento nos filhos, seja em quantidade (como antigamente) seja em qualidade (como atualmente) foi sempre altamente revelador do modo como os pais estão biologicamente programados para amar a sua descendência incondicionalmente e tudo fazer por ela, porque são os filhos que transportam os seus genes; os filhos são os nossos genes a viajar no futuro. Por isso a Evolução também continua.
Talvez muitas pessoas não saibam mas calculamos que os nossos antepassados tinham de andar habitualmente qualquer coisa entre 20 a 25 km por dia, apenas para encontrar recursos e sobreviver ou para fugir aos predadores ou a salteadores e bandos errantes. Por isso, e ao contrário dos dias de hoje, o sedentarismo não era sequer uma opção, como é atualmente, por exemplo, decidir praticar natação, correr diariamente, andar de bicicleta ou inscrever-se num ginásio de fitness. Também a nossa alimentação atual reflete a nossa evolução e fá-lo de uma forma dramática. A preferência por gorduras e açúcares resulta do facto de durante muito tempo estes serem recursos escassos que, uma vez obtidos, nos davam uma maior capacidade de sobrevivência e de reprodução. Por isso, evoluímos para preferi-los porque eram raros e valiosos. Hoje em dia, a sua abundância e a facilidade de adquiri-los estão desfasadas do ambiente ancestral. A sua comercialização não faz mais do que explorar essa nossa preferência evolutiva resultando em inúmeras doenças bem conhecidas. O mesmo acontece com o jornalismo, que explora o nosso enviesamento negativo para os perigos. É que a nossa estrutura psicológica foi construída ao longo de milhões de anos em que os seres humanos aprenderam a avaliar o ambiente e a calcular os riscos que correm socorrendo-se de vários atalhos cognitivos. Um deles é a chamada “heurística da disponibilidade”, que consiste nisto: quanto mais fácil for recordar algo guardado na nossa memória mais provável é que julguemos que isso corresponda à verdade. Ora, não é assim. Mas quando somos bombardeados diariamente por um jornalismo focado nos acontecimentos e nas informações negativas, é natural que a nossa memória fique capturada por sentimentos também negativos que nos levam a sobreavaliar os riscos do atual ambiente evolutivo, e isto torna-nos ainda mais pessimistas. Se reparares bem, são os media que decidem todos os dias aquilo que nos deve assustar e colocar em alerta, aquilo de que devemos ter medo. Vê o que se passa com o COVID-19. Realisticamente não se trata de um vírus como o Ébola, que mata indiscriminadamente indivíduos de todas as idades. Todavia os media deliciam-se com o pânico que criam quando dizem que morreram 6 pessoas (omitindo que tinham todos mais de 80 anos e doenças crónicas, algumas muito graves). Porque isso não interessa. Não mete medo. Tudo isto, se quiseres e num certo sentido, continua a ser a Evolução a funcionar!

Uma pergunta para terminar: qual vai ser o tema do teu próximo livro, e para quando?
O meu próximo livro é novamente uma compilação de artigos já escritos, alguns já publicados e alguns inéditos, mas desta vez será em inglês porque quero chegar a um mercado maior; o nosso mercado de língua portuguesa faz um reduzidíssimo consumo de livros científicos (e até dos outros). Vai chamar-se “Human Affairs” e foi enviado a vários cientistas para estes darem a sua opinião. Está também em revisão científica e do inglês porque não é suficiente traduzir. Há muitas nuances na língua. Isso está a ser feito pelo Max Beiby, que é meu amigo e é o editor do blog “Darwinian Business” do Evolution Institute fundado e gerido pelo Professor David Sloan Wilson. Além da revisão científica, o Max vai também escrever o prefácio. Além disso, o livro já foi enviado para alguns notáveis no domínio versado como é o caso particular do Professor Robert Trivers ou do próprio filho do Hofstede e, entre outros, para o Professor Gregg Murray, que dá aulas de Ciência Política na Augusta University e é também editor do “Politics and Live Sciences”. Prefiro submeter-me a esta prova de fogo porque se passar no crivo deles e se se dispuserem a recomendar o livro, então acho que estou no caminho certo ao tentar ligar a psicologia evolucionista e a ciência política para procurar perceber melhor o comportamento humano.

Já agora, uma última nota: o livro será dedicado ao Professor Geert Hofstede e em homenagem a ele – ou mais corretamente, como se diz, in memoriam.

Entrevista ao Professor Doutor Paulo Finuras para a Revista LÍDER

Equipa de Alunos do ISG faz Noticia com a sua participação no Global Management Challenge

Equipa de Alunos do ISG faz Noticia com a sua participação no Global Management Challenge

Votos de boa sorte aos alunos do Instituto Superior de Gestão, Diogo Teixeira, Laura Chaves, Mariana Silva, Mikail Ossman e Rita Luz que constituíram uma equipa para o Global Management Challenge com o patrocínio da Claranet Portugal, na sequência de terem iniciado na Unidade Curricular de Planeamento e Controlo de Gestão, na licenciatura em Gestão, e sob orientação do Professor Dr. Carlos Vieira, uma competição com o simulador TOPAZ da SDG – Simuladores de Gestão.
O ISG continua na frente da Inovação.
Votos de muitos sucessos a toda a Equipa!
Saiba tudo via fonte do Expresso.

Conferência: “Negociação”

Conferência: “Negociação”

5 de novembro | 17h00 | Via Zoom
A presente conferência, ministrada pelo Dr. Fernando Ereio, Especialista em Supply Chain, Liderança/Negociação e Gestão de Categorias, surge no âmbito da Unidade Curricular de Liderança e Negociação, e destina-se aos alunos do segundo ano da Licenciatura de Gestão e de Gestão de Recursos Humanos.

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