21 Novembro, 2019
Até há bem pouco tempo, o ensino profissional era olhado com alguma desconfiança por haver quem acreditasse que não se ensinava de forma rigorosa e que não se almejava a excelência. Mas, o que a sociedade portuguesa tem vindo a descobrir é precisamente o contrário.
No passado mês de outubro, entre os dias 14 e 18, a Presidência finlandesa acolheu a Semana Europeia da Educação e da Formação Profissional, European Vocational Skills Week 2019, que este ano teve como mote “Descobre o teu Talento” #DiscoverYourTalent, através da educação e da formação profissional.
As primeiras quarenta escolas profissionais surgiram em Portugal em 1989, através da assinatura de contratos-programa entre as entidades titulares das escolas e o Ministério da Educação. Ao longo destes trinta anos foram sendo fundadas escolas por todo o país e hoje encontramos projetos educativos espalhados por Portugal continental e pelas Regiões Autónomas que visam, desde a sua génese, dar resposta a um conjunto de desafios que se prendem com a aquisição de competências e com um olhar diferente acerca de ensinar e de aprender.
Até há bem pouco tempo, o ensino profissional era olhado com alguma desconfiança por haver quem acreditasse que não se ensinava de forma rigorosa e que não se almejava a excelência. Mas, o que a sociedade portuguesa tem vindo a descobrir é precisamente o contrário. A inovação e a criatividade fazem parte do dia a dia do ensino profissional onde o estudante é o protagonista da aprendizagem desde o primeiro ao último dia e onde a estreita cooperação com o tecido profissional faz com que haja uma política de estágios tão intensa que a aprendizagem em contexto real de trabalho acontece a par do trabalho em sala de aula. Mas, para além de tudo isto, o ensino por projeto, os manuais escolares elaborados pelos respetivos professores, a avaliação contínua, as PAP – Provas de Aptidão Profissional, a existência de um orientador educativo, entre outras especificidades, são, na atualidade, imagem de marca do ensino profissional, o que contribuiu de forma decisiva para o aumento da notoriedade e para o crescimento do número de estudantes que o escolhem para concluir o seu percurso educativo antes de ingressarem no mercado de trabalho ou, ao invés, prosseguirem estudos no ensino superior.
É por tudo isto que a Comissão Europeia promoveu a Semana Europeia da Educação e da Formação Profissional, evidenciando que a passagem por esta tipologia de ensino é determinante para as competências que se adquirem tanto do ponto de vista das “soft skills” como das “hard skills”, que se perpetuam ao longo da carreira e, concomitantemente, ao longo da vida ativa. Outras das consequências evidenciadas é o facto de as remunerações dos diplomados do ensino profissional serem 25% acima da média dos diplomados com o ensino científico-humanístico(1). Ao longo dos últimos anos tem havido um enorme esforço por parte de todos os envolvidos no ensino profissional para mudar a perceção da generalidade das pessoas e criar a convicção de que os projetos educativos das escolas profissionais também visam a excelência e que o futuro também se constrói através do ensino profissional e da formação profissional.
Simultaneamente, a Comissão Europeia pretendeu valorizar a formação profissional destacando as empresas que mais apostam nos seus trabalhadores através de programas de valorização do capital humano.
Fui nomeada embaixadora da Semana Europeia da Educação e da Formação Profissional por Portugal e, juntamente com os meus colegas dos restantes Estados-membros da União Europeia, estive em Helsínquia a dar voz ao que se fez em Portugal ao longo dos últimos doze meses.
A par do conhecimento, também o trabalho digno tem a ganhar com mais e melhor educação e formação profissional!
(1)https://ec.europa.eu/social/vocational-skills-week/news_en
Dra. Teresa Do Rosário Damásio, Administradora do Grupo ENSINUS, Embaixadora Portuguesa para a Semana da Educação e da Formação Profissional, para o Jornal de Negócios
20 Novembro, 2019
O ISG no Evento “Dias das Multilaterais”, que decorre nos dias 19, 20 e 21 de novembro, em Lisboa, no SANA Metropolitan Hotel, em Lisboa. Contamos com a Presença da Dra. Marta de Almeida Santos, Diretora de Relações Internacionais, e do Professor Dr. Carlos Vieira, Docente do ISG.
Consulte o programa em: https://bit.ly/345msNT
19 Novembro, 2019
Assinatura do Convénio entre o ISG – Instituto Superior de Gestão e o INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, com a presença do Dr. Pedro Fernando Brêtas Bastos, Embaixador do Brasil em Portugal, Dr. Alexandre Pereira Lopes, Presidente do INEP, Dr. Pablo Duarte Cardoso, Ministro-Conselheiro da Embaixada do Brasil em Portugal, Professora Doutora Conceição Soeiro, Membro do Conselho de Administração do Grupo Ensinus, Professor Doutor Miguel Varela, Diretor do ISG, Professor Doutor Mário Moutinho Reitor da ULHT e do Professor Doutor Gonçalo Calado Vice-reitor da ULHT para a Investigação e Internacionalização.
O Enem Portugal, como é chamado o programa de acordos interinstitucionais entre o Inep e as instituições de educação superior portuguesas, foi criado em 2014, quando algumas instituições de Portugal já aceitavam os resultados individuais do Enem nos seus processos seletivos.
O ISG tem o orgulho de pertencer a uma rede de mais de 40 universidades, institutos politécnicos e escolas superiores que têm acordo interinstitucional com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), que garante acesso facilitado às notas dos estudantes brasileiros interessados em cursos de graduação em Portugal.
Saiba tudo em: http://portal.inep.gov.br/enem/enem-portugal
18 Novembro, 2019
Hoje, dia 18 de Novembro, decorre a 35 Reunião Geral do Grupo Ensinus.
Administração, Dirigentes Centrais e Dirigentes das Instituições de Ensino do Grupo Ensinus, estão presentes com uma Agenda centrada na reflexão sobre os trabalhos do primeiro trimestre do Ano Letivo.
Continuamos a pensar, a desenvolver e sobretudo a consolidar práticas, para mais e melhor Educação!
11 Novembro, 2019
A globalização entrou no léxico social e político quando a expansão económica se apoderou do consumo. Com a indústria e o comércio a catapultarem-se através do desenvolvimento tecnológico, a globalização mostrou a outra face: produção a baixos custos, dicotomias sociais, défices democráticos e de direitos humanos.
No alargamento do acesso à informação, através da internet e das redes sociais, os cidadãos tomaram consciência dos métodos e recursos que empresas e alguns Estados desenvolvem para a produção em massa. Ainda que os consumidores mais conhecedores se tenham tornado mais exigentes, do outro lado da balança persiste uma realidade social que se encontra refém da própria globalização.
Este preço social está e estará longe de ser esbatido. Talvez um dia, quando os consumidores começarem a boicotar as empresas que persistem na exploração de mão de obra infantil ou nas diferenças salariais entre género, se abandonem estas práticas e se implemente, a produção assente na sustentabilidade social.
O desejo do crescimento económico sustentado tem levado muitos países, empresas e estruturas de ensino a apostarem em atividades de valor acrescentado sobre um ambicioso: “saber fazer”.
Se há nove anos a indústria 4.0 veio responder à volatilidade dos mercados e ao avanço da digitalização dos processos de produção, combinando com o uso generalizado da internet, hoje enfrentamos o desafio da inteligência artificial. Num curto espaço de tempo passou-se a intimar para o fomento do valor, para o aperfeiçoamento do desempenho, para o domínio do conhecimento.
Na esquizofrenia dos números, dos resultados, da produção de produtos que muitas vezes nem os consumidores sequer reclamam ou conhecem (mas que as empresas já se encontram a estruturar sobre a dita “globalização”), voltamos a questionar em que ponto se encontram: as identidades culturais, as redes de relações sociais, os sistemas de valores…
Ainda que os bens sejam produzidos, consumidos e trocados; ainda que estejamos ligados a marcas e a comunidades económicas; ainda que muitas das nossas motivações nos tenham sido “incutidas”; ainda que todos estejamos “ligados em rede”, até que ponto não nos encontramos a viver uma pandemia de consumo?
A crescente finitude dos recursos naturais, as contínuas e crescentes divisões nas comunidades, a radicalização das crenças religiosas, o fomento do belicismo e a desumanização das sociedades exigem respostas diferenciadas. Há muito tempo percebemos que só através da educação e do desenvolvimento do conhecimento podemos voltar a equilibrar a balança social e humana.
Desta forma exige-se o compromisso entre Estados, empresas e escolas. Urge reinventar o “saber fazer” nas carteiras das escolas, incrementar novas metodologias, estabelecer parcerias entre as comunidades educativas e o setor empresarial e social, para fomentar a interligação de conhecimentos e de experiências, potenciando o multiculturalismo, o diálogo e a colaboração.
Reinventar o “saber fazer” comporta igualmente a responsabilização individual de cada aluno, de cada jovem, sobre o futuro que está nas suas mãos. Nesse futuro, e nas mãos de cada um já habita a irresponsável permissão que demos à economia e ao consumismo para se apoderarem da nossa independência, tornando-nos egoístas e individualistas.
Reinventar o “saber fazer” torna-se um desafio comum, de sobrevivência humana, onde cada um se responsabiliza por si e pelo próximo, pelo seu papel na construção de um mundo mais justo, solidário e sustentável.
As escolas, as universidades, as associações e os Estados estarão, decerto, conscientes e preparados para os esforços que este desafio exige. E nós, estamos prontos para o alcançar?
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João Caldeira Heitor é licenciado em Português/Inglês pelo Instituto Jean Piaget, tem um doutoramento em Turismo pela Universidade de Lisboa, é mestre em Educação e Administração Escolar pela Universidade de Évora e pós-graduado em Gestão de Bibliotecas Escolares, pelo Instituto Superior de Línguas Aplicadas.
Paralelamente é investigador colaborador do Centro de Investigação, Desenvolvimento e Inovação em Turismo (CiTUR Leiria). Além das diversas publicações efetuadas também é orador em vários congressos nacionais e internacionais.
Ao longo do seu percurso profissional desenvolveu atividades de docência em diversas instituições de ensino superior. Atualmente é o secretário-geral do Instituto Superior de Gestão (ISG)
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